Correlação entre escore de Selvester e realce tardio na tomografia computadorizada do coração em portadores de miocardiopatia hipertrófica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Bignoto, Tiago Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98131/tde-17092018-095537/
Resumo: A Miocardiopatia hipertrófica foi descrita há mais de 50 anos e é a cardiopatia de causa genética mais comum no mundo. Pacientes portadores de miocardiopatia hipertrófica podem apresentar maior risco de eventos arrítmicos graves e morte súbita. Assim torna-se importante o desenvolvimento de técnicas de rastreio desse subgrupo de pacientes para, quando necessário, indicar tratamento específico como o implante de CDI. O realce tardio é a manifestação de fibrose nos exames de imagem como tomografia computadorizada do coração e/ou ressonância cardíaca em pacientes com cardiopatias e quando presente em grandes quantidades, pode estar relacionado a maior incidência de eventos fatais. O eletrocardiograma é ferramenta de baixo custo, não invasiva e difundida nos serviços de saúde brasileiros. O objetivo desse estudo é avaliar a correlação entre a presença e localização de realce tardio na tomografia computadorizada do coração e o achado de fibrose pelo escore de Selvester no eletrocardiograma de repouso de portadores de MCPH, determinar a prevalência de fibrose miocárdica entre os pacientes, comparando a sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e negativo do escore de Selvester. Foram analisados 112 pacientes do ambulatório de miocardiopatia do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia portadores de miocardiopatia hipertrófica sendo incluídos 75 desses. Foram divididos em dois grupos: Portadores de CDI com 60 pacientes e sem CDI com 15 pacientes. Foram coletados dados clínicos, ecocardiográficos, eletrocardiografia digital e tomografia computadorizada do coração. Foram realizados os cálculos do escore de Selvester e a mensuração e localização de realce tardio nos cortes tomográficos dos pacientes. A correlação dos resultados foi analisada pelo método de regressão linear. As características e frequências mais marcantes do grupo foram sexo masculino 49,4%, idade 41,63 ± 15,16, classe funcional I/II - NYHA 90,6%, fibrilação atrial 21,3%, baixa prevalência de comorbidades como hipertensão arterial 37,3%, diabetes 4%, dislipidemia 17,3%, clearence de creatinina > 60mL/min em 100% e ausência de doença coronariana estabelecida, fração de ejeção do ventrículo esquerdo preservada de 69,9 ± 5,46, medida do septo interventricular de 21,04 ± 6,23 e prevalência de gradiente > 30mmHg na via de saída do ventrículo esquerdo de 37,3%. Dos fatores de risco clássicos, morte súbita familiar e história de síncope eram as mais prevalentes com 57,3% cada, o uso do beta-bloqueador ocorreu em 89,3%. A massa de fibrose pela tomografia computadorizada foi de 9,87 ± 10,79 equivalendo a porcentagem de 5,66 ± 6,16, tendo prevalência em 88% da amostra. Já pelo escore de Selvester, encontramos 8,44 ± 7,39 de porcentagem de fibrose com prevalência de 76%. Na análise de kappa para a variável categórica fibrose entre o escore de Selvester e a tomografia computadorizada do coração, foi encontrada fraca correlação com r = 0,38 (p < 0,01). Enquanto variável contínua aplicando o método de regressão linear, foi encontrada correlação forte com r = 0,7 (p < 0,01). A sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e valor preditivo negativo do escore de Selvester para o diagnóstico de fibrose foram de, respectivamente, 84,8%, 88,8%, 98,2% e 44,4%. A localização da fibrose apresentou correlação fraca entre os métodos com r = 0,16 (p < 0,01). Os dados desse estudo indicam que há moderada correlação entre o escore de Selvester e o realce tardio pela tomografia computadorizada na quantificação de fibrose em pacientes portadores de miocardiopatia hipertrófica.