Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Fonseca, Maria Cristina Micelli |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-13082007-151106/
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Resumo: |
Nesta tese observa-se o papel que a semântica e a pragmática desempenham, na gramática inicial (early grammar) da interlíngua de falantes de português, na compreensão de textos em inglês e em espanhol nos quais se relatam eventos passados e se empregam as oposições Present Perfect x Past Simple e Pretérito Perfecto x Pretérito Indefinido. Assumimos (MICHAELLIS, 1998) que um dos valores mais fortes das formas compostas dessas duas línguas é o resultativo e que como o português, na maioria das vezes, expressa o resultado de outros modos, o aprendiz vê naquelas apenas uma maneira de expressar ações passadas. Em função disso, ao analisar a estrutura da língua estrangeira, acaba atribuindo aos tempos compostos de ambas os valores aspectuais das perífrases [TER+Particípio] e [ESTAR+Gerúndio] do português, que em muitos casos não coincide com os valores das formas perifrásticas das línguas que estão aprendendo. Enquanto as perífrases da língua estrangeira têm o aspecto perfectivo resultativo, as do português têm valor imperfectivo continuativo. Tal fato, que afeta a compreensão do texto, não é percebido pelos aprendizes. Estes analisam primeiramente a sintaxe da língua-alvo (top-down procedure, Liceras, 2003a) uma vez que não têm acesso aos traços que desencadeiam a fixação de parâmetros para a realização do bottom-up. O padrão de atribuição dos valores das perífrases da L1 para a L2 aparece nas interlínguas do espanhol e do inglês, apontando para um mesmo processo, independente de a língua-alvo ser mais ou menos próxima do português. Testes com análise de variância comprovam que se trata de um mesmo processo para as duas línguas, que começa a partir da reestruturação da L1, sugerindo que a aquisição dessa é regida pelos princípios da GU, mas que a marcação de parâmetros não acontecerá como na L1, mas se dará via reestruturação de porções da L1. Os valores semânticos utilizados na interlíngua, nesse estágio, também são os da L1, o que aponta que, assim como acontece com a fonologia, a criança nasce com sensibilidade para acessar qualquer valor semântico, mas existe um período crítico que faz com que a aquisição da L2 ocorra por reestruturação não apenas sintática mas também semântica dos valores da L1. A pragmática, por sua vez, será acessada, após a semântica, como uma sintonia fina do sentido |