A alternância entre o pretérito perfecto simple (PPS) e o pretérito perfecto compuesto (PPC) em Monterrey e Ciudad de México: uma análise sociolinguística

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Alves, Maraisa Damiana Soares
Orientador(a): Pereira, Shirley de Sousa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25271
Resumo: As múltiplas formas de dizer a mesma coisa estão presentes nas diferentes línguas e é uma atribuição da Sociolinguística conceber essa característica inerente ao sistema linguístico. Tomando em consideração essa realidade, os estudos da Variação e da Mudança Linguística refletem a heterogeneidade da língua que subjaz os fatores condicionantes sociais percebidos nas diferentes variedades de uma língua (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006 [1968]). Neste estudo, interessa-nos investigar essas diversas formas de falar que, a partir de suas delimitações próprias, moldam as comunidades linguísticas estabelecendo suas normas. Com base nesses preceitos, esta pesquisa, de natureza quantitativa e qualitativa, tem como objetivo geral descrever e analisar a variável dependente forma pretérita perfeita do espanhol, através das variantes pretérito perfecto compuesto (PPC) e o pretérito perfecto simple (PPS) com o intuito de identificar a alternância entre essas formas em dois dialetos do México, na cidade de Monterrey e na Ciudad de México. Para tanto, foram selecionadas 36 entrevistas sociolinguísticas, sendo 18 de cada cidade, a partir do corpus linguístico PRESEEA – Proyecto para el estudio sociolinguístico del español de España y de América. Para a análise, partimos da conceptualização das formas pretéritas, assim como da possível diferenciação tempo-aspectual que possa existir entre o PPC e PPS, conforme apontam Cartagena (1999), Lope Blanch (1992), Moreno de Alba (2002). Em seguida, foram considerados os fatores condicionantes tanto linguísticos quanto extralinguísticos. Como fatores linguísticos, tivemos: a) a presença e/ou ausência de advérbios que indicam anterioridade ao ponto zero da enunciação; b) a presença e/ou ausência de advérbios que indicam simultaneidade ao momento da enunciação. Os condicionantes extralinguísticos constituem: c) idade; d) escolaridade; e) localidade e f) sexo. Os resultados obtidos na análise das 3644 ocorrências das formas pretéritas (em que 3174 foram eventos marcados com o PPS, enquanto 470 com o PPC) apontaram para uma predominância do PPS, inclusive com a presença do ADVs que estabelece vínculo atual do falante ao momento enunciativo, revelando uma variação da forma ADVs+ PPC substituída pela forma ADVs + PPS; assim, a temporalidade relacionada ao ponto zero da enunciação, que deveria remeter à forma prototípica PPC, foi expressa pelo emprego do PPS, demonstrando como a variação está em evidência nas entrevistas examinadas. Ademais, os dados apontaram para a necessidade de um futuro estudo classificativo das formas sob a ótica léxicosemântica, com o propósito de definir se a variação que ocorre no México é ocasionada pela temporalidade estabelecida nos contextos enunciativos ou pela aspectualidade verbal expressa pelos eventos.