Entre leões e tigres, entre chacais e raposos: aproximações entre poder e saber em fabulários

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Cassucci, Milena de Mello
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8159/tde-11042016-130351/
Resumo: A presente dissertação se propôs a analisar quatro fabulários, tendo como fio condutor dessa escolha o Kalla e Dimna, fabulário árabe do século VIII d.C. Partindo desta obra, os estudos se orientaram tanto às suas origens, que remontam à compilação indiana Pañcatantra, datada do século I d.C. e que teve entrada no mundo árabe, bem como aos seus frutos, o Livro do tigre e do raposo e O leão e o chacal Mergulhador, dois fabulários árabes produzidos, respectivamente, nos séculos IX d.C., XI d.C. e XII d.C. e que tiveram, em relação aos anteriores, menor disseminação. Os dois primeiros fabulários tratam de uma série de temas que podem atender às normas mais gerais de decoro na sociedade, sendo que o Pañcatantra chega até mesmo a ser classificado como um tratado sobre a conduta em manuais de literatura sânscrita. Entre esses temas diversos, é notável o espaço privilegiado dado às relações políticas e aos seus trâmites. Os outros dois livros, embora inseridos na mesma tradição, deixam de lado aspectos mais gerais da convivência e passam a se deter apenas nos temas especificamente políticos. No que se refere a esse assunto em comum, é possível perceber uma série de elementos recorrentes nos quatro fabulários, entre eles, o fato de que todos tratam das vicissitudes das relações entre poder e saber, personificada em personagens-tipo que ora se aproximam, ora se afastam, mas que se mantém atrelados a uma estrutura que os molda conforme os resultados que almeja atingir. Além disso, foram estudadas as estruturas que, no caso, se apoiam na maior parte das vezes em narrativas-quadro ou prólogos-moldura a partir dos quais se desenvolvem subnarrativas e outros elementos que nos possibilitaram, ao término do estudo, apontar o que há de particular na universalidade a que se propõem os fabulários.