Jornalismo best-seller: o livro-reportagem no Brasil contemporâneo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Catalão Junior, Antonio Heriberto [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/103497
Resumo: Este trabalho é dedicado a caracterizar o livro-reportagem publicado e consumido contemporaneamente no Brasil, mediante um referencial teórico-metodológico estabelecido a partir da obra de Mikhail Bakhtin e de seus colaboradores, o grupo denominado Círculo de Bakhtin. Sob tal ponto de vista, o livro-reportagem é definido como um gênero do discurso - um tipo relativamente estável de enunciado, elaborado em um campo específico da comunicação discursiva, o jornalístico; seus enunciados típicos são produzidos mediante trabalhos de reportagem e materializados e difundidos em livro; seu autor típico é um jornalista, cuja enunciação tem como destinatário um público leitor potencialmente numeroso, difuso, heterogêneo e não-especializado. O corpus de pesquisa é constituído pelos dezoito enunciados do gênero cujos títulos aparecem com maior freqüência em listas de livros mais vendidos no Brasil durante o período de 1966 a 2004; esses trabalhos ocupam as dez primeiras posições dentre os livros-reportagem mais vendidos no referido período e seus títulos figuraram em tais listas por, no mínimo, dez meses. O exame do corpus revela um gênero cujas características típicas, embora não universais, são: autoria individual, narração, familiaridade, didatismo, voz narrativa onisciente em terceira pessoa, excepcionalidade, personificação e contemporaneidade. A análise revela também que o livro-reportagem é um gênero emergente na cultura brasileira contemporânea: sua circulação aumenta a cada década e corresponde a uma presença relevante, embora minoritária, dentre os gêneros mais consumidos no mercado editorial brasileiro. Por meio dele, o jornalista ocupa uma posição autoral singular na cadeia da comunicação discursiva, travando diálogo com um leitor cujas características parecem também diferenciadas em relação ao leitor brasileiro contemporâneo.