A produção do conceito de narcisismo em Freud: uma análise institucional do discurso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Silva, Lucas Bullara Martins da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-26112014-124343/
Resumo: O presente trabalho consiste na realização de uma análise institucional do discurso do texto Introdução ao Narcisismo (Freud, 1914/2010), configurando assim uma pesquisa sobre o conceito de narcisismo que, ao tomá-lo por sua contextualização na obra freudiana, visa a um estudo que considere a especificidade de sua emergência no âmbito institucional da psicanálise e seu impacto no corpo da teoria freudiana. Busca-se, nesse sentido, pensar o narcisismo não apenas em referência ao seu conteúdo como conceito, mas principalmente em referência à sua qualidade de acontecimento no âmbito do pensamento freudiano, de modo que seja possível, a partir do texto em análise: traçar os sentidos adquiridos pelo conceito em relação ao seu contexto de produção e suas condições de possibilidade; procurar os pontos de tensão e ruptura na teoria; problematizar as verdades produzidas em relação àquilo que pretendem responder. Todo o trabalho circunscreve-se no domínio da Análise Institucional do Discurso (Guirado, 2010), a estratégia metodológica que permitiu o levantamento da questãotítulo, que dispõe as hipóteses norteadoras da pesquisa, que delimita os procedimentos de análise. Pela atenção ao contexto que se mostra no texto, ao modo como Freud faz a introdução desse conceito, às interlocuções travadas nessa introdução, as análises puderam configurar o narcisismo: como um saber que parece demarcar fronteiras institucionais ao reiterar, no âmbito da legitimidade da produção de conhecimento psicanalítico, a sexualidade; como um saber que parece instaurar pontos de tensão na teoria freudiana (desde a teoria das pulsões até a concepção de psiquismo e neurose) precisamente pelos efeitos do conceito de narcisismo como modo de enunciação; como um saber que parece introduzir um novo modo de falar/tratar do conceito de pulsão que dá foco aos seus movimentos de direção e localização entre o Eu e o objeto, e não à sua qualidade ou conteúdo , desenhando-se, a partir disso, o narcisismo como ponto de partida e condição de possibilidade de relação, no início da vida, e de formação de uma censura ao Eu real, no decorrer do desenvolvimento; como um saber que, pelas aberturas do discurso de Freud, mostra-se na tensão entre método e verdade