A produção do conceito de pulsão da morte: uma análise institucional do discurso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Moriyama, Yuri Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-12112019-183455/
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo se inserir nas discussões que se propõem pensar como se dão as relações entre teoria e clínica, partindo de pesquisas orientadas pela estratégia de pensamento da Análise Institucional do Discurso (AID). Para isto, o caminho desenhado para esta dissertação colocou o lugar da metapsicologia como uma questão, uma vez que pesquisas recentes apontaram uma hipótese de que a clínica psicanalítica se faz como o desvelamento de uma verdade sobre o paciente. Verdade produzida na escuta do psicanalista, na instância da teoria, da metapsicologia. A partir destas afirmações, elencamos um conceito da teoria, um dos mais abstratos da rede conceitual da psicanálise, para levantar nossa pergunta de pesquisa: como Freud produz o conceito de pulsão de morte? Para respondê-la, realizamos uma análise institucional do discurso do texto de sua invenção. Os resultados configurados por nossa análise apontaram, como uma característica especial que atravessa todo o texto, para um modo de produção não-linear, argumentativo e cauteloso, que pudemos relacionar à uma tensão, um perigo. Nesta tensão, temos produções impactantes para a instituição da teoria psicanalítica. Pudemos configurar também uma certa vontade de saber/verdade que seria equivalente a fazer ciência onde a teoria psicanalítica aparece, em momentos distintos do texto, ou (i) naturalizada, ou (ii) como algo produzido e relativizado no campo da especulação. Este último modo de enunciação pôde mostrar e demonstrar como o texto, acima de tudo, se configura como um discurso aberto. Também foi possível configurar os diferentes lugares que a clínica ocupa em relação à teoria: (i) a clínica como a reprodução da teoria; (ii) a clínica como lugar de investigação, como mote de produção para novos conceitos, novos sentidos; (iii) ou ainda, como um lugar que legitimaria as hipóteses, encarnando as produções teóricas. Em nossa discussão, pudemos configurar o perigo como uma ameaça para o próprio dispositivo teórico-clínico da psicanálise, gerado pela própria enunciação do conceito de pulsão de morte. Perigo este resolvido pela mescla das pulsões, desde o começo da vida, a partir das interlocuções com o discurso científico da biologia, pelo ponto de ataque dos instintos. Freud, na tensão argumentativa que ele mesmo cria, é exemplarmente produtivo