Caracterização da dor e da plasticidade cortical em doentes com avulsão de plexo braquial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Fernandes, Diego Toledo Reis Mendes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5138/tde-25112022-165514/
Resumo: INTRODUÇÃO: A dor pós-APB é incapacitante e desafiadora. A compreensão de como a dor se inicia e as características que a compõem são aspectos fundamentais para sucesso nos tratamentos clínicos e cirúrgicos. MÉTODOS: Nosso objetivo foi avaliar as características clínicas dos doentes com APB sem dor e com dor, também os subgrupos do grupo dor: dor mista e dor neuropática. Todos os doentes foram avaliados por questionários de dor, sensação fantasma, humor, qualidade de vida e incapacidade física. Avaliação da plasticidade cortical foi realizada através de excitabilidade cortical e área cortical do M1. RESULTADOS: Do total de 56 doentes estudados, a dor estava presente em 43 doentes, sendo que 24 apresentavam dor mista (dor nociceptiva em outra região além da dor no membro desaferentado) e 19 com dor neuropática (dor somente no membro desaferentado). Cinquenta e oito porcento apresentavam lesão à direita e maior tendência a dor que pode ter relação com plasticidade cortical mal adaptativa. Os doentes referiam que o sofrimento com a dor é pior do que a plegia. Entre todos os doentes, 77% apresentaram dor do membro fantasma e 75% sensação fantasma, com características distintas dos doentes com amputação. A intensidade da dor é maior da região distal para proximal do membro desaferentado e a dor cervical e na escapular têm intensidade maior que nas regiões do membro desaferentado. A interferência funcional da dor, no BPI, tem tendência a ser pior nos grupos dor mista que no dor neuropática (p = 0,076). O escore geral do NPSI é maior no grupo com dor mista (p = 0,036) e a dimensão dor evocada que tem o maior impacto (p = 0,007). O DN4 foi maior no grupo dor mista (p = 0,008), mas tem sensibilidade prejudicada nos doentes com APB. McGill Breve não apresenta diferença entre os subgrupos. Os doentes com dor não apresentam catastrofização, mas apresentam ansiedade no HADS e maior incapacidade para trabalhos bimanuais e de força no Quickdash e o impacto na qualidade de vida, SF-12, é maior no aspecto físico (p < 0,001) que no psíquico. Identificamos diferenças na plasticidade cortical ao avaliar a excitabilidade cortical entre os lados ipsilateral x contralateral e trapézio x contralateral do grupo com dor, do grupo sem dor e dos subgrupos. A área do córtex motor ipsilateral e contralateral também tem diferença entre os grupos e subgrupos. CONCLUSÃO: Os doentes com dor pós-APB apresentam dor nociceptiva, neuropática que apresentam mesma intensidade de dor, mas impactam de forma diferente a vida dos doentes. As sensações fantasmas se apresentam de forma distinta e a ausência de motricidade pode ser um ponto que contribui para a plasticidade cortical mal adaptativa