Efeito de episódio de infecção gastrointestinal aguda sobre a patogênese e progressão do diabetes mellitus tipo 1

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Calixtro, Leticia Gama e Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42133/tde-05102023-153357/
Resumo: O trato gastrointestinal abriga uma ampla variedade de microorganismos comensais que participam ativamente de diversos processos fisiológicos e imunológicos do hospedeiro, incluindo a modulação do metabolismo. Além da microbiota, a mucosa intestinal está constantemente exposta a diversos antígenos ambientais provenientes da dieta, microbiota e patógenos, de maneira que é necessário um sistema imunológico altamente especializado, que permita ao hospedeiro tolerar os antígenos inócuos, mas também elaborar respostas contra potenciais patógenos. Este equilíbrio entre sistema imunológico e o ambiente, que sustenta também a composição da microbiota, é essencial para a manutenção da homeostase no tecido intestinal e perturbações neste equilíbrio são comumente observadas em pacientes com doenças autoimunes, como por exemplo o diabetes mellitus do tipo 1 (DM1). Assim, o objetivo deste projeto foi investigar o impacto de um episódio de infecção aguda por Yersinia pseudotuberculosis no desenvolvimento do DM1, com a hipótese de que o mesmo impactaria de forma negativa sob a patogênese e progressão da doença. Para isso, foi utilizado modelo animal de DM1 induzido por múltiplas doses de estreptozotocina (MLD-STZ) e camundongos non-obese-diabetic (NOD), que desenvolvem diabetes espontaneamente. No modelo MLD-STZ a infecção não apresentou nenhum impacto significativo sobre a patogênese e progressão do DM1. Entretanto, no modelo NOD, os camundongos previamente infectados apresentaram uma menor incidência de DM1, escore de insulite reduzido nas ilhotas pancreáticas e melhoras no controle metabólico. Além disso, somente o transplante de microbiota fecal de camundongos C57BL/6 previamente infectados para camundongos NOD foi capaz de reproduzir estes efeitos protetores observados, indicando que alterações na microbiota causadas pela infecção estão envolvidas na proteção contra o DM1.