Qualidade de vida relacionada à visão em pacientes tratados por sífilis ocular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Milena Simões Freitas e
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
VFQ
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17150/tde-29072024-091206/
Resumo: Objetivos: Descrever a qualidade de vida relacionada à visão em pacientes tratados por sífilis ocular e os fatores de riscos associados a piores resultados. Casuística e Métodos: Adultos tratados para sífilis ocular no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo foram convidados a participar deste estudo transversal. Entre agosto de 2016 e abril de 2019, após completar terapia antibiótica venosa específica para T. pallidum, todos os pacientes foram submetidos ao exame oftalmológico e responderam a versão brasileira do questionário de função visual do National Eye Institute Visual Function Questionnaire (NEI VFQ-25, de sua sigla em inglês). Dados sobre gênero, idade, classificação anatômica da uveíte à apresentação, coinfecção com HIV e regime de tratamento também foram registrados. Foram utilizados o teste qui-quadrado de Person, teste-T de Student e o teste U de Mann-Whitney para comparação de diferenças entre os grupos, com valor de p<0.05, considerado estatisticamente significativo. Resultados: Trinta e dois pacientes (24 homens, 7 mulheres e 1 transgênero) foram incluídos no estudo (n=51 olhos), com idade entre 23 e 80 anos (média de 47.8 ± 16.1 anos, mediana de 47.5 anos). Indivíduos com melhor acuidade visual corrigida pós-tratamento &le;20/50 no melhor olho obtiveram pontuações significativamente mais baixas nas subescalas de visão geral (74.2 ± 15.3 vs 50.8 ± 28.0; p <0.05), atividades próximas (81.1 ± 18.9 vs 48.7 ± 22.0; p<0.05), atividades à distância (82.2 ± 18.6 vs 45.0 ± 25.2; p<0.05), função social (89.5 ± 17.7 vs 62.5 ± 39.7; p<0.05), saúde mental (67.7 ± 20.5 vs 31.7 ± 18.9; p<0.05), dificuldades gerais (80.8 ± 21.7 vs 30.0 ± 22.5; p<0.05), e dependência (89.6 ± 20.5 vs 53.2 ± 25.5; p<0.05), assim como na pontuação composta média (81.2 ± 15.2 vs 50.5 ± 18.7; p<0.05). Pacientes com idade maior que 40 anos apresentaram redução na pontuação composta média (91.0 ± 6.3 vs 67.3 ± 19.6; p<0.05) e nas subescalas de atividades próximas (93.4 ± 6.2 vs 65.4 ± 22.9; p<0.05), atividades à distância (91.4 ± 10.9 vs 66.8 ± 25.5; p<0.05), função social (98.6 ± 3.2 vs 77.1 ± 28.1; p<0.05), saúde mental (76.8 ±14.0 vs 52.6 ± 24.9; p<0.05), dificuldades gerais (95.0 ± 7.8 vs 58.9 ± 29.0; p<0.05), visão periférica (95.5 ± 10.1 vs 63.1 ± 26.9; p<0.05), direção (89.2 ± 11.8 vs 35.9 ± 37.8; p<0.05) e dependência (98.9 ± 2.4 vs 74.3 ± 28.1; p<0.05). Gênero, coinfecção com HIV (Vírus da Imunodeficiênia Humana), lateralidade, classificação anatômica da uveíte à apresentação e tipo de tratamento não influenciaram estatisticamente os resultados do NEI VFQ-25. Conclusões: Pacientes com melhor acuidade visual corrigida &le;20/50 no melhor olho e idade &ge;40 obtiveram pontuações de função visual significativamente mais baixas, enquanto outras características clínicas e demográficas não influenciaram estaticamente nos resultados do NEI VFQ-25. Levando em consideração as observações prévias de melhores resultados visuais com o pronto reconhecimento da doença, estes achados sugerem que o diagnóstico e tratamento precoce da sífilis ocular podem melhorar a qualidade de vida dos indivíduos após a recuperação.