Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Corbanezi, Éder Ricardo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-13032020-171912/
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Resumo: |
Este trabalho investiga como Nietzsche concebe a relação entre ciência e filosofia. Examinando desde seus escritos de juventude até os de maturidade, esperamos mostrar que o autor busca posicionar-se a respeito de uma situação que encontra em sua época: na segunda metade do século 19, a ciência, reconhecida como autoridade cognitiva e cultural, reivindica autonomia e soberania em relação à filosofia, alvo de amplo descrédito. Contamos evidenciar que, opondo-se à separação entre ciência e filosofia, Nietzsche pretende estabelecer entre elas vínculos de dependência, de subordinação e de autoridade. Essas relações, tais como ele as compreende, revelam-se complexas na medida em que se instituem em esferas diversas e inter-relacionadas, a saber, nos âmbitos dos valores, do conhecimento, da cultura e da vida. É nosso intuito fazer notar que, baseado numa visão de mundo aristocrática, Nietzsche reserva à autêntica filosofia a prerrogativa de uma tarefa superior, qual seja, resolver o problema do valor em geral e, por extensão, determinar o valor da ciência para a cultura e a vida. Contudo, o autor de Zaratustra admite ao mesmo tempo uma exigência cognitiva à filosofia que deve ser satisfeita pelo recurso às ciências particulares. Assim, enquanto a filosofia, quando se consideram metas para a cultura e a vida, tem o direito de exercer autoridade axiológica sobre a ciência, esta, por sua vez, tem o direito de exercer autoridade cognitiva sobre a tarefa axiológica da filosofia. É nossa intenção, pois, explicitar e investigar o problema central suscitado pelas posições de Nietzsche, perguntando se, tomadas como incontornáveis em virtude de sua autoridade cognitiva, as ciências não acabam por assumir também a autoridade que ele procura reservar à filosofia na esfera axiológica. |