Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Fujimori, Mahyumi |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/99/99131/tde-28022020-112745/
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Resumo: |
O cão é o principal reservatório peridomiciliar de Leishmania (Leishmania) infantum, agente etiológico da leishmaniose visceral (LV). Em áreas endêmicas para LV, a identificação e eutanásia de cães infectados são considerados cruciais no controle da transmissão de L. (L.) infantum para humanos. Atualmente, o algoritmo recomendado pelo Ministério da Saúde do Brasil consiste em triagem de cães pelo ensaio imunocromatográfico TR DPP® Leishmaniose Visceral Canina (DPP) e confirmação de casos positivos por ELISA usando antígeno de lisado total de Leishmania major-like (ELISA-L. major-like). Como a cultura de parasitos para preparo deste kit de ELISA constitui um fator limitante, o uso de antígeno recombinante (r) aparece como uma alternativa atraente. Neste estudo, avaliou-se o ensaio ELISA com os antígenos rK39, rK28, rKR95 e rK18 (IDRI, EUA) derivados de Leishmania. Empregando soros de 74 cães de áreas endêmicas para LV canina (CVL), com exame parasitológico positivo e de 66 cães saudáveis (negativos para DPP, ELISA L. major-like e DAT), coletados em uma cidade sem registro de LVC, a sensibilidade do ELISA-rK39, -rK28, -rK18 foi, respectivamente, 97%; 96%; 96% e 89% e a especificidade, 100%; 100%; 100% e 99%. Placas sensibilizadas com cada um dos antígenos mantiveram a estabilidade por até 180 dias, quando armazenadas a 4ºC e -20ºC. A avaliação da repetitividade e reprodutibilidade apresentou coeficientes de variação compatíveis com os valores aceitáveis. Para a validação do ELISA com os diferentes antígenos recombinantes, avaliaram-se 2.530 amostras de inquéritos epidemiológicos de estados endêmicos para LVC no Brasil: Pará, Mato Grosso, São Paulo e Bahia. A positividade com DPP combinada com ELISA-L. major-like foi 16% e do DPP combinado com ELISA-rK39 foi 17%, sugerindo a possibilidade de substituir o ELISA-L. major-like por ELISA baseado em antígeno recombinante. No entanto, quando ensaiadas diretamente sem triagem com DPP, a positividade do ELISA- rK39, rK28 e rKR95 foi cerca de 10% mais elevada do que com ensaios correntes em uso, respectivamente, 28%; 27% e 27%, sugerindo a detecção precoce de animais infectados. Para responder a essa hipótese, analisaram-se 15 cães (pertencentes a uma coorte de 600 cães de Bauru-SP) que pelo algoritmo recomendado pelo Ministério da Saúde do Brasil, na primeira intervenção, haviam sido considerados negativos para infecção por Leishmania e, que 6 meses após a avaliação inicial eram positivos. Nas amostras supostamente negativas na avaliação inicial, os testes ELISA-rK39, -rK28 e -rKR95 apresentaram, respectivamente, 67%, 80% e 60% de positividade. Esses dados sugerem uma quantidade significativa de resultados falso-negativos no algoritmo em uso. A viabilidade da aplicação deste ELISA baseado em antígeno recombinante em áreas endêmicas para LVC também foi avaliada e obteve-se concordância variando de boa a perfeita, entre os resultados obtidos em todos os laboratórios envolvidos e os do laboratório de coordenação. Com a análise global deste estudo, principalmente levando em conta a variabilidade da resposta em certas áreas do Brasil, consideramos validado o ELISA-rK39 para diagnóstico da infecção canina por L. infantum. Os dados apontam ainda para a necessidade de reavaliar os ensaios e o algoritmo na utilização de rotina para a detecção de cães infectados com L. infantum. |