Antecedentes e conseqüências da esterilização feminina: trajetórias em busca do controle da própria fecundidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Carvalho, Marta Lucia de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-13032020-135337/
Resumo: Introd. Muitos estudos apontam índices crescentes de solicitação de reversão após a esterilização feminina o que pode indicar opção mal avaliada, possivelmente por falta de informação e de acesso a outros métodos. A legislação brasileira exige que os serviços de saúde que realizam a esterilização ofereçam atendimento multiprofissional, informação e acesso a todos os métodos contraceptivos. Observações anteriores da prática em um serviço estruturado conforme a legislação, indicavam que muito raramente as mulheres mudavam sua opção inicial. Objetivo. Buscou-se identificar representações sociais dos diversos métodos, existentes em um grupo destas mulheres, com a finalidade de entender os motivos de rejeição a eles. Além disso, foram pesquisadas a satisfação com a opção e as repercussões da esterilização sobre a vida dessas mulheres. Método. As informações foram coletadas de um grupo de 31 mulheres, atendidas pelo mesmo serviço, através de entrevista semi-estruturada. O material obtido com as transcrições foi analisado segundo a técnica de Análise de Conteúdo. Resultados. A rejeição aos outros métodos esteve baseada em representações formadas por uma mescla de informações científicas recebidas dos serviços de saúde, de vivências anteriores com estes métodos ou de informações recebidas do meio social. A rejeição aos métodos de alta eficácia (hormonais e DIU) baseou-se principalmente em sua baixa inocuidade; os métodos comportamentais (tabela, Billings) foram rejeitados por sua baixa eficácia; nos métodos de barreira (diafragma e camisinha), foram questionadas a adequação destes métodos aos padrões culturais de uma sexualidade repleta de interdições, além de sua baixa eficácia. Houve apenas um caso de arrependimento, causado por dores pélvicas, provavelmente por aderências pós-cirúrgicas, mas sem desejo de retomo à fertilidade. Conclusões. As trajetórias destas mulheres até a esterilização feminina mostram uma variedade de fatores pessoais, sócio-econômicos e culturais agindo em cada uma delas. De comum, a busca por um método contraceptivo que pudesse assegurar o maior controle possível de sua própria fecundidade.