Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Bruna Cristina |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27153/tde-15032017-153749/
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Resumo: |
Este estudo se constituiu a partir da contextualização histórica da imprensa feminina e da história da beleza, com contribuições das obras de Mattelart, Buitoni e Sant\'Anna. Foi adotada a análise de conteúdo como método e incorporados conceitos de Foucault, Charaudeau, Courtine e Vigarello, na leitura do corpus de nossa pesquisa empírica, recortes das revistas femininas Claudia e Marie Claire. Na pesquisa foi constada que a fala sobre a saúde da mulher está presente também na editoria de beleza das revistas femininas. Ela aparece na presença recorrente de vozes de autoridades de áreas médicas, mas também da nutrição e de profissionais da educação física, entre outros. Foi investigado de que forma essa fala aparece dentro do universo da beleza regulando, orientando, controlando os hábitos e os significados do corpo da mulher. Foram analisadas reportagens que falavam sobre a saúde nas editorias de beleza das revistas Claudia e Marie Claire, de maio de 2014 até maio de 2015. A partir da seleção de matérias, foi feito um levantamento dos temas e fontes consultadas para, em seguida, expor as recorrências, os usos de mecanismos de controle e reforço de estereótipos. Foi encontrado um desequilíbrio em relação à escolha de fontes, sendo que vozes de autoridade médica chegam a se repetir em mais de uma reportagem, enquanto a presença da leitora é insignificante. Constatou-se que a editoria de beleza é a área privilegiada de divulgação dos conhecimentos da dermatologia, que controla pele, cabelos, unhas e mucosas. O corpo da mulher é repartido em reportagens centralizadas em unidades cada vez menores, assim como o tempo é ordenado em seu cotidiano, mas também em ciclos de urgência e renovação. Ambos representam estratégias de controle da rotina e do corpo. O que também define o corpo biológica e socialmente são os aparelhos de ginástica, a motricidade ordenada da prática física com seus gestos mecânicos repetidos e a frequência exigida. A influência dos Estados Unidos foi outro elemento constatado, por exemplo, com as celebridades como porta-vozes de noções essenciais ao funcionamento da cultura de massa, mas também com o pensamento puritano inspirando a disciplina necessária à prática da atividade física. A análise mostrou como as editorias de beleza nas revistas de maior número de vendas ao público feminino no Brasil agem em favor da normatização estereotipada da mulher, dentro da sociedade do consumo, e expõe desafios para jornalistas da imprensa feminina, especialmente a especializada no universo da beleza. Desafios para as que desejam promover reflexão e serviço para suas leitoras, apoiados em referências como os estudos de gênero. |