Representações Femininas em narrativas de vida protagonizadas por mulheres: uma análise semiolinguística das seções Eu, Leitora e Moi, Lectrice das revistas Marie Claire, Edições Brasileira e Francesa
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil FALE - FACULDADE DE LETRAS Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/34975 |
Resumo: | Sabemos que a mulher é representada em diversos suportes midiáticos e ganha espaço e visibilidade, fazendo emergir uma voz historicamente silenciada. No entanto, as representações sobre a mulher circulantes na sociedade e nesses meios são baseadas em estereótipos enraizados na memória social. Os estereótipos estão presentes quase sempre na sociedade em que o discurso é produzido. O objetivo geral da pesquisa é de apreender a representação da mulher contemporânea na revista Marie Claire brasileira e francesa (de um mesmo ano), a partir da análise dos principais procedimentos linguístico-discursivos de construção das narrativas de vida publicadas nas seções Eu, leitora (versão brasileira) e Moi lectrice (versão francesa) da revista, verificando os papéis narrativos da mulher – vítima, agressora etc –, bem como os papéis narrativos do homem – agressor, aliado etc – nesses relatos. A escolha do corpus analisado se deu por acreditarmos que nesse material há um grande nicho de informações que nos levam para o resultado que mais nos interessa em nossas pesquisas sobre a representação feminina, que é responder à pergunta: qual é a construção da imagem da mulher nos dias de hoje em uma determinada mídia? A escolha do objeto nos permitiu traçar as representações sociais que circulam em um veículo de comunicação, mais precisamente no corpus escolhido pertencente à revista Marie Claire, fazendo uma comparação entre as versões com relação ao gênero feminino e os papéis atribuídos a ele. Na nossa pesquisa, analisamos dois textos extraídos da revista publicados nos anos de 2017 e 2018, pertencentes ao macrotema “relações afetivas”. O corpus completo é composto por 26 textos: 13 extraídos da Marie Claire brasileira e 13 da Marie Claire francesa. Para traçar essas representações, utilizamos a Semiolinguística, do teórico francês Patrick Charaudeau (1983, 1992, 2002, 2008, 2014, 2015a, 2015b, 2016, 2017), partindo de algumas categorias essenciais, tais como o contrato comunicacional e os sujeitos da linguagem, os modos de organização do discurso (principalmente o narrativo e o enunciativo), os imaginários sociodiscursivos e a construção identitária dos sujeitos envolvidos na enunciação. Ademais, buscamos estabelecer um diálogo com outros teóricos das Ciências Humanas. Nossa hipótese de que as diferenças culturais influenciam na forma como a mulher é representada na seção Eu, leitora e Moi, lectrice se confirmou. Através da comparação entre as duas versões, observamos que, na versão brasileira, a figura feminina representada de maneira mais atual em relação aos comportamentos e atitudes perante suas experiências de vida, apesar de existirem também certos posicionamentos conservadores. Já na versão francesa, a mulher é representada mais formalmente, seguindo o conservadorismo de uma sociedade patriarcal como a francesa. Logo, a mulher na revista Marie Claire é representada seguindo o editorial da revista: um folhetim que segue as mudanças e conquistas do gênero feminino, porém com ideias ainda conservadoras presentes na sociedade ocidental. |