Fusarium oxysporum f. sp. vasinfectum em sementes de algodoeiro: detecção, inoculação artificial e controle químico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1995
Autor(a) principal: Santos, Andrea Carla Krambeck da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-20191218-115631/
Resumo: A murcha de Fusarium do algodoeiro, causada por Fusarium oxysporum f. sp. vasinfectum (Atk) Snyder & Hansen, é uma das doenças mais importantes da cultura. Quando não se dispõe de cultivares resistentes, o seu controle deve envolver o emprego de sementes livres do patógeno e/ou o tratamento sistemático de sementes com fungicidas altamente eficientes, para minimizar a possibilidade de introdução do fungo em áreas isentas. Sementes da cultivar suscetível Acala Del Cerro, produzidas em região onde a doença tem ocorrido com frequência, foram utilizadas no presente trabalho. Foram comparados cinco métodos de detecção de Fusarium oxysporum f. sp. vasinfectum em sementes: papel de filtro, papel de filtro com congelamento, papel de filtro com dicloran, meio BDA e meio PCNB. Considerando a recuperação de Fusanum oxysporum f. sp. vasinfectum e a inibição de Rhizopus sp., contaminante frequentemente associado às sementes e que mascara os resultados, determinou-se como sendo o método mais recomendado o do papel de filtro com congelamento. Como a incidência natural do patógeno em sementes é normalmente baixa (< 2 % ), determinou-se o método mais adequado de inoculação artificial de sementes, para se dispor de material infectado, em grande quantidade, em condições semelhantes às ocorridas na natureza, para a realização de testes in vivo. Foram comparados cinco variações do método de contato das sementes com a colônia do patógeno. Verificou-se que 48 horas de contato, a 20 &#177; 2°C, 12h luz/12h escuro, proporcionou 99,33% de sementes infectadas, que mantiveram suas condições fisiológicas satisfatórias. A sensibilidade de Fusarium oxysporum f. sp. vasinfectum aos fungicidas foi determinada através de testes in vitro e in vivo. Onze tratamentos (fungicidas e misturas) foram comparados quanto a percentagem de inibição do crescimento micelial (PIC), através de medição do diâmetro de colônia em BDA com 0,1; 1; 10 e 100 ppm do produto. Através do cálculo do ED50 (concentração que inibe em 50% o crescimento micelial), foram considerados altamente eficientes (ED50 < 1 ppm) prochloraz, thiabendazol, benomyl, thiabendazol + thiram e benomyl + thiram; comportaram-se como pouco eficientes (ED50 = 10-50 ppm) carboxin + thiram, captan e thiram; foram ineficientes (ED50 > 50 ppm) dicloran, carboxin e PCNB. No teste in vivo, sementes de algodoeiro inoculadas artificialmente com Fusarium oxysporum f. sp. vasinfectum foram submetidas ao tratamento com os seguintes fungicidas e/ou misturas: benomyl (100 g i.a./100 kg sementes), thiabendazol (180 g i.a./100 kg), prochloraz (50 g i.a./100 kg), benomyl + thiram (50 + 140 g i.a./100 kg) e carboxin + thiram (187,5 + 187,5 g i.a./100 kg). Na testemunha, a incidência de Fusarium oxysporum f. sp. vasilifectum foi 100% no teste de sanidade pelo método do papel de filtro com congelamento; os tratamentos benomyl; prochloraz e benomyl + thiram, que não diferiram entre si, apresentaram controle superior a 94%; a mistura caboxin + thiram apresentou eficiência em torno de 50%. O tratamento com thiabendazol foi perdido devido a severa incidência de Rhizopus sp. Entretanto, o teste padrão de germinação e a emergência em areia mostraram melhor desempenho de benomyl + thiram, prochloraz e carboxin + thiram. Assim sugere-se que sementes comerciais de algodoeiro, suscetíveis a Fusarium oxysporum f. sp. vasinfectum, sejam tratadas com benomyl + thiram, na dose de 50 + 140 g i.a./100 kg de sementes