Um romance desamparado: uma leitura de Nove noites de Bernardo Carvalho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Martiniuk, Thiago dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-19052017-111610/
Resumo: A presente dissertação visa realizar uma leitura de Nove Noites (2002), de Bernardo Carvalho, a partir da noção de desamparo [Hilflosigkeit], tal como desenvolvida na psicanálise por Sigmund Freud, dessa maneira, a análise ressaltará também as consonâncias entre literatura e psicanálise. Com tal escopo, o caminho analítico se desdobrará nas duas faces que assume o desamparo no romance: individual, caso do segundo narrador, e coletiva, no que toca às tribos indígenas presentes na obra. Nesta última, o trabalho enveredará por uma rápida exposição da história dos povos ameríndios no século XX, ressaltando aqueles momentos pertinentes à análise (investigando, por exemplo, o papel de uma personagem histórica como Rondon, bisavô do narrador). No que tange ao segundo narrador, a leitura percorre a convivência com seu pai na infância e na maturidade, ressaltando como a procura por Quain revela algo de seu confronto com o desamparo. O aspecto psicanalítico mostra-se, dessa forma, transversal na narrativa, expondo o afeto predominante de um momento histórico (o romance mencionará os ataques terroristas que acentuam as incertezas de uma época), internalizado na forma romanesca.