Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Suzuki, Takeshi |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8157/tde-29082018-135827/
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Resumo: |
Este trabalho apresenta o quadro da época da chegada dos portugueses no Japão e da sua ação por quase um século em terras nipônicas. A Europa dos séculos XV e XVI era o centro da civilização ocidental, e os portugueses, espanhóis e italianos ocupavam a posição de destaque de controladores e donos do comércio com o oriente médio e a China, via Mar Mediterrâneo e por terra. Os portugueses e os espanhóis, grandes navegadores, ao se aventurarem pelo mar, foram descobrindo e conquistando novas terras e obtendo com isso grandes vantagens de comércio e de divisas. Por outro lado, o Japão, arquipélago isolado e imerso em guerras civis, com muitos conflitos, não tinha a integração de suas unidades, e o desfecho da unificação dos reinos acabou ocorrendo com a ação dos grandes senhores suseranos, os daimyō Oda Nobunaga e Toyotomi Hideyoshi. Os primeiros portugueses - mercadores e missionários - que aportaram no Japão nessa época, por muitos chamada de \"Grandes Navegações\", encontraram o Japão sob o domínio de Nobunaga e Hideyoshi. O primeiro era receptivo, tolerante e pragmático, não se envolvia com a crença, mas servia-se da religião como instrumento para auferir resultados vantajosos desta relação com os portugueses. À primeira vista, o catolicismo foi bem aceito pelas autoridades, por sacerdotes xintoístas e budistas e, consequentemente, também pela comunidade em geral, pois os preceitos do budismo eram julgados coerentes com os \"Dez Mandamentos\" pregados pela Igreja cristã. Posteriormente, com o passar do tempo, os monges budistas e xintoístas sentiram seu espaço ameaçado pela expansão do catolicismo e muitos atritos ocorreram envolvendo adeptos das facções religiosas. As autoridades, sentindo a inconveniência das ações dos católicos e ajudadas pela interferência dos holandeses - que haviam ganho a simpatia dos japoneses -, conseguiram tirar os comerciantes portugueses do caminho, assegurando a exclusividade do comércio juntamente com os chineses, alegando que os ibéricos estariam tramando a tomada do país por meio da disseminação da religião católica. Com isso o governo japonês vetou qualquer atividade religiosa católica no país, promovendo a expulsão de todos os portugueses, espanhóis e italianos, envolvidos ou não com a religião. Apesar de a estada dos portugueses ter sido limitada a 96 anos, este trabalho ressalta o mérito das ações realizadas pelos mercadores e pelos missionários que deixaram um legado importante para os japoneses de então, bem como para as gerações seguintes, servindo de base para outras contribuições que viriam dos holandeses e chineses, que ocuparam o espaço dos retirantes latinos. De todas as contribuições efetuadas pelos portugueses e que influenciaram a cultura japonesa, a que mais impactou na política e na sociedade japonesa foi realmente a introdução das armas de fogo, as espingardas, cujo desdobramento deu outro rumo para a história do Japão. |