Caracterização do Atlântico Sul Ocidental desde o EIM 9 até o EIM 1 com base no estudo de foraminíferos planctônicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Santos Junior, Edmundo Camillo dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21136/tde-30112021-160945/
Resumo: Este estudo realizou a caracterização do Atlântico Sul Ocidental com base no estudo de foraminíferos planctônicos de dois testemunhos coletados na Bacia de Santos desde o EIM 9 até o EIM 1. De acordo com os resultados aqui apresentados, todos os EIM glaciais exibiram períodos de acúmulo de calor, exceto o EIM 3. Este, por sua vez, caracterizou-se por exibir o último máximo glacial subtropical em, aproximadamente, 43,6 mil anos, resfriamento o qual estaria relacionado à liberação de calor acumulado no Hemisfério Sul para o Hemisfério Norte devido ao fortalecimento da AMOC (Atlantic Meridional Overturning Circulation). Os intervalos glaciais de maior acúmulo de calor foram o intervalo 8c 8b, o subestágio 6c, o EIM 4 e o EIM 2, relacionados ao redirecionamento do excesso de calor para o Hemisfério Sul através da Corrente do Brasil devido ao enfraquecimento da AMOC. Os intervalos de maior dissolução do CaCO3 foram observados durante os glaciais no intervalo 8c 8b, no intervalo 6e 6d e no EIM 4; no entanto, os intervalos interglaciais também exibiram eventos de dissolução do CaCO3, registrados nos subestágios 9b, 7d, 5d e 5b. Os períodos dissolução também estão relacionados ao enfraquecimento da AMOC, que alterou a profundidade de convecção da NADW, modificou a geometria das massas de água profunda e, consequentemente, diminuiu a profundidade da lisoclina no Atlântico Sul Ocidental. O aumento da intensidade da ressurgência, caracterizado por sua expansão offshore, não é uma característica exclusiva dos EIM interglaciais. Além disso, o EIM 7 não exibiu um aumento da intensidade da ressurgência como no 9e e no 5e, mas foi análogo ao observado no final do penúltimo intervalo glacial. Outros fatores que contribuíram para o aumento da produtividade superficial marinha foram o aumento da turbulência da camada de mistura, disponibilizando nutrientes acumulados na Profundidade Máxima de Clorofila para a zona fótica e a influência da pluma do Rio da Prata, aumentando a distribuição de matéria orgânica para o fundo oceânico especialmente durante os glaciais. Não foi possível determinar um padrão glacial ou um padrão interglacial no Atlântico Sul Ocidental pois cada EIM exibiu características muito particulares. No entanto, alguns eventos foram comuns entre intervalos glaciais e interglaciais.