Caminhos para o Atlântico Sul: a reconfiguração do sistema de comunicações e de transportes em São Paulo durante a consolidação da economia açucareira (1788-1840)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Beier, José Rogerio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-30092022-135002/
Resumo: Esta tese dedica-se ao estudo dos sistemas de comunicação e de transporte na capitania, depois província de São Paulo, buscando relacionar as distintas formas assumidas por esses sistemas às dinâmicas econômicas que ali se desenrolaram no correr de um processo plurissecular. O foco da análise centra-se no papel desempenhado pelo desenvolvimento da economia açucareira paulista na reconfiguração da infraestrutura viária e de transporte da região a partir da última década do Setecentos. Vale lembrar que, sob o prisma da economia colonial, a última década do século XVIII e a primeira do XIX foram marcadas por uma forte demanda metropolitana por gêneros de exportação, em especial o açúcar, no âmbito do que Jobson de Arruda denominou de novo padrão de colonização. Para tratar desse problema, mobilizamos um corpus documental bastante diverso, com destaque para as séries cartográficas históricas das antigas capitania e província de São Paulo; a correspondência oficial trocada entre os governadores e demais agentes da administração colonial; e uma série de conjuntos documentais relativos à produção e circulação mercantil dos principais gêneros de exportação paulista. Exemplos destes últimos são as listas nominativas de habitantes das vilas; os registros dos livros de Barreiras; os mapas de entrada e saída de embarcações no porto de Santos, bem como os mapas de importação e exportação da então capitania. Após uma análise qualitativa dessas séries documentais, os resultados apontam para a formação de um subsistema de comércio terrestre-marítimo que redirecionou boa parte do fluxo mercantil paulista para o Atlântico Sul. Dessa forma, postulamos que tal redirecionamento foi fundamental para a desarticulação do sistema de comunicações flúvio-terrestres que, em fins do século XVIII, ensaiava uma integração inter-regional pelos sertões da América portuguesa