Sobre cartas e seus destinos: sigilo e psicanálise no hospital

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Moreira, Lara Mundim
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-09042021-190930/
Resumo: A prática institucional convoca o psicanalista naquilo que muitas vezes desafia sua teoria e interroga sua ética. Encontramos na transmissão da psicanálise no hospital uma particular condição: a necessária transposição do que se passa no íntimo de uma escuta à pólis compartilhada por uma equipe. Na multiplicidade de vias em que isso pode se dar, ocupamo-nos da possível instauração de um paradoxo, quando algo precisaria ser transmitido, mas não convém que o seja a isso denominamos impasses do sigilo. Encontramos em outras áreas do saber vastas produções que subsidiam tomadas de decisões no que concerne tal problemática. Entretanto, na psicanálise pouco se tem produzido acerca do assunto. Entendendo que os pilares que balizam tais decisões em outras áreas não atenderiam aos impasses da nossa, o presente trabalho tem como objetivo aproximar a problemática do sigilo ao referencial teórico-clínico da psicanálise no contexto hospitalar, de forma a amparar teoricamente a construção de caminhos possíveis diante dos impasses sob esta temática que ali se delineiam. Para isso, optamos metodologicamente por desenvolver uma leitura lacaniana da questão que, no entanto, é marcada por uma porosidade ao contar com uma interlocução com as teorias psicanalíticas de grupo e instituição. Nossa investigação nos levou à construção da possibilidade de transmissão do íntimo resguardando o privado, e à transposição de uma captura pelo segredo a uma lógica que opera a partir do sigilo. Resultados que subsidiaram propor que o sigilo, a partir da psicanálise, admite uma permeabilidade, implica em um endereçamento, instaura uma convocação ética e favorece a construção do caso naquilo que ele se encontra inviabilizado