A linguagem no campo do sentir: um objeto da psicologia à luz da filosofia de Merleau-Ponty

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Marcon, Gilberto Hoffmann
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59142/tde-31082017-190411/
Resumo: A linguagem constitui tema de grande interesse para um estudo compreensivo dos fenômenos subjetivos. Na psicologia e em outras ciências humanas, são várias as abordagens que historicamente se dirigiram aos fenômenos linguísticos como âmbito central no esforço de compreensão precisa daqueles. Na psicologia contemporânea, a linguagem permanece enquanto tema de estudo privilegiado pois abarca, ao mesmo tempo, a ordem da produção de sentidos individuais e intersubjetivos, além de se apresentar enquanto sistema cultural e historicamente instituído. Articula, desta forma, o individual e o social, fenômenos da ordem do particular que remontam a um contexto cultural de subjetivação. Como parte de um esforço para compreender o objeto de estudo da psicologia a partir da filosofia de Maurice Merleau-Ponty (1908 1961), propusemos que um estudo aprofundado da noção de linguagem que suas reflexões subsidiam poderá representar um passo relevante. Veremos que, já no debate com as ciências do comportamento e com a fisiologia clássica, nA Estrutura do Comportamento (1942), Merleau-Ponty realiza uma leitura de que, sem recorrer ao âmbito da consciência, é possível identificar um protótipo da atividade significativa já na relação do organismo vivo com seu meio. Posteriormente, ao voltar-se para a Fenomenologia da Percepção (1945), ponto central do projeto filosófico do autor, veremos de que maneira ele apresenta, em sua descrição da consciência perceptiva e da subjetividade corpórea, suas primeiras teses a respeito da linguagem, que têm como conceitos centrais o sentido gestual da fala e o caráter fundante da atividade expressiva em relação ao significado. Trata-se de propor que as operações de sentido se realizam através da própria expressão, e não que a expressão meramente traduz um sentido que lhe precede em pensamento. Acompanharemos os desenvolvimentos desta temática nos anos 1950, onde o diálogo com a linguística de Saussure dá novos contornos ao projeto de compreensão da linguagem, que vai do sentido gestual para o caráter diacrítico da língua enquanto sistema sedimentado através da fala.