Efeitos do treinamento físico no volume de substância branca cerebral e parâmetros cognitivos em pacientes com apneia obstrutiva do sono

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Goya, Thiago Tanaka
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-14042023-121626/
Resumo: Introdução: A apneia obstrutiva do sono (AOS) é caracterizada pela obstrução parcial ou total das vias aéreas superiores causando eventos de desaturação de oxigênio, despertares e fragmentação do sono. Os eventos repetidos de hipóxia durante o sono acarretam danos nas estruturas cerebrais e déficits cognitivos que afetam a memória, atenção/função executiva. O objetivo desse estudo foi avaliar o efeito do treinamento físico supervisionado no volume regional de substância branca cerebral e parâmetros cognitivos em pacientes com AOS, levando em consideração o alelo 4 do polimorfismo da apolipoproteína E (associada com declínio cognitivo). Métodos: Indivíduos sedentários recentemente diagnosticados com AOS moderada a grave (índice de apneia-hipopneia, IAH 15 eventos / h) foram randomizados para o grupo não treinado ou grupo treinado com exercícios físicos (72 sessões). Polissonografia noturna convencional, ergoespirometria, imagem de ressonância magnética de crânio (RMI) e testes cognitivos foram realizados no início e ao final do estudo. O treinamento físico consistiu em 3 sessões semanais de 60 min de duração. Cada sessão incluiu, aquecimento, exercício aeróbio, exercício de resistência muscular localizada e alongamento. Foi utilizado teste t de Student para amostras independentes a fim de comparar as características físicas, clínicas, hemodinâmicas entre os grupos. Para a comparação das variáveis estudadas antes e após o treinamento físico entre os grupos foi empregado ANOVA de dois fatores para medidas repetidas. O teste post-hoc foi aplicado para determinar a diferença entre os grupos quando necessário. Foi aceito como diferença significativa quando P0,05. Foi utilizada a análise de morfometria baseada em voxel (VBM) para investigar as alterações de volume cerebral regional e global de substância branca entre os grupos de AOS (não treinado e treinado) usando dados de RMI antes e após intervenção. No nível global, investigamos a influência do treinamento nos volumes cerebrais usando uma análise de variância de duas vias. No nível regional, usamos um teste estatístico fatorial flexível para comparar a média da substância branca nas mudanças de volume entre os grupos após período controle ou intervenção com treinamento físico. Resultados. O treinamento físico promoveu uma diminuição significativa, da gravidade da AOS, do índice de despertares, do índice de dessaturação de O2, bem como diminuição no peso corporal e melhora na capacidade cardiorrespiratória. Em nível global, não houve alteração significativa no volume total de substância branca cerebral. Em nível regional, os indivíduos treinados apresentaram alterações generalizadas do volume regional com aumento proeminente em valores do pico de substância branca regional no fascículo fronto occipital inferior esquerdo, giro frontal inferior direito comparados com o grupo não treinado (P<0.05). Houve um aumento nas funções cognitivas de memória e atenção. A magnitude de alterações nos testes de memória e parâmetros do sono foi associada a alterações regionais na substância branca cerebral em área frontal após o programa de treinamento físico. Conclusões. O treinamento físico melhorou a capacidade máxima de exercício, promoveu uma diminuição modesta, mas significativa na gravidade da AOS, promoveu aumento do volume substância branca em região frontal e melhorou das funções cognitivas (memória e atenção). A intervenção com treinamento físico pode diminuir o risco de desenvolver declínio cognitivo e alterações cerebrais na AOS