Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Fernandes, Maria de Fátima Alves |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/99/99131/tde-06092017-095855/
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Resumo: |
A hemovigilância é considerada uma importante ferramenta para a segurança transfusional. Os primeiros sistemas nacionais de hemovigilância, no mundo, foram implantados na década de 1990. No Brasil, o Sistema Nacional de Hemovigilância (SNH), que é coordenado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), iniciou sua implantação, em 2002, com foco nas reações transfusionais (RT), em uma rede restrita de hospitais. No final de 2006, a possibilidade de notificar RT foi estendida aos demais serviços de saúde e os gestores de saúde da esfera estadual também foram inseridos nesse processo. O estado de São Paulo (SP), onde funciona um subsistema do SNH (SNH-SP), colaborou com 41% do total de RT notificadas, no período de 2002 a 2014, segundo a Anvisa. Contudo, apesar de decorridos cerca de 10 anos, o SNH-SP nunca foi avaliado. O objetivo desse trabalho foi avaliar a implantação do SNH-SP, a fim de obter subsídios para sua melhoria. Trata-se de um estudo avaliativo, utilizando-se metodologia de avaliação baseada no Updated Guidelines for Evaluating Public Health Systems do Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Foram utilizadas duas bases de dados secundários: das transfusões e das notificações das RT. Foram também utilizados três questionários concebidos para identificar fatores que contribuem ou não com a adesão e com a implantação do SHN-SP, pelos hospitais, serviços de hemoterapia (SH) e pela vigilância sanitária (Visa). Eles foram respondidos por 81 hospitais, 61 SH e 22 das 28 regionais de Visa. Verificou-se que o SNH-SP tem adesão crescente dos hospitais, especialmente os de maior porte, embora a aceitabilidade destes seja baixa, quando comparada com a dos SH. Foram realizadas 12.182.981 transfusões em 947 serviços de saúde, entre 2008 a 2015, mais de 55% delas, de concentrado de hemácias. O número de notificações de RT aumenta a cada ano, mas há subnotificação geral e de alguns tipos específicos de RT. Foram notificadas 23.942 RT, por 353 serviços de saúde. As 23.734 RT ocorridas nesse período se caracterizaram, predominantemente, como imediatas (97,96%), dos tipos febril não hemolítica (51,81%) e alérgica (38,20%). Apresentaram gravidade leve (87,62%), contudo, houve 35 (0,15%) óbitos. Concentraram-se nos maiores de 50 anos (51,49%). A incidência de RT nesse período variou entre 3,44 e 4,55/1.000, sendo mais elevada nas transfusões de concentrados de granulócitos, chegando a 53,06 RT/1.000. O SNH-SP tem gestão centralizada e tanto ele quanto o sistema de informação utilizado para notificação ainda são desconhecidos de parte dos hospitais. Há déficit de pessoal para trabalhar na área, tanto nos hospitais quanto nas Visa. Há falta de integração com outros sistemas de saúde afins, sugerindo a subnotificação de doenças transmitidas pelo sangue no SNH-SP, como as hepatites B e C. A estruturação do SNH apresenta simplicidade, porém, seu funcionamento atual, em SP, prejudica a avaliação desse atributo. Ao se analisar as RT definidas como eventos sentinela, a oportunidade e a qualidade dos dados foram consideradas insatisfatórias. O SNH-SP foi considerado útil, mas ajustes são recomendados para seu efetivo funcionamento. |