Priorização da vigilância epidemiológica de doenças tropicais negligenciadas em áreas silenciosas: o caso da esporotricose felina no município de Guarulhos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Scuarcialupi, Ligia Neves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10134/tde-10052022-093213/
Resumo: As Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs) anualmente causam a morte de milhões de indivíduos de coletivos multiespécies marginalizados, além de discapacidades de diversas gravidades. Essa negligência se reflete e é reforçada pela subnotificação de casos, que diminui a sensibilidade dos sistemas de vigilância. A pressuposição de que em áreas silenciosas (sem notificações) não há casos, uma prática comum na análise da distribuição espacial das DTNs, contribui à desconsideração dessas áreas como sendo prioritárias pela vigilância epidemiológica. Ao assumir que a quantidade de casos é desconhecida nas áreas silenciosas, modelos preditivos podem considerá-las sem classificá-las como livres de doença. Para exemplificar esta abordagem, que tem o potencial de aumentar a eficiência das ações de prevenção e controle, neste estudo pressupomos que o número de casos de esporotricose felina em setores censitários (SC) silenciosos do município de Guarulhos era desconhecido, e o predizemos a partir da quantidade de casos notificados nos SCs vizinhos e da situação de vulnerabilidade social dos próprios SCs silenciosos e de sua vizinhança. Para isso, utilizamos modelos Bayesianos com componentes espaciais estruturados e não-estruturados. Com base nas predições, atribuímos um índice de prioridade a todos os SCs, o qual resultou em um cenário epidemiológico mais problemático, com alguns SCs silenciosos mais prioritários do que outros não-silenciosos. A fim de validar iterativamente as predições do índice e calibrar o grau de confiança que se atribui à abordagem proposta, pode-se comparar a distribuição dos índices de prioridade dos SCs silenciosos com a distribuição de casos identificados mediante busca nesses SCs.