Eficácia de distintos tipos de iscas no armadilhamento de canídeos e felídeos silvestres

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Carmo, Thaís do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/91/91131/tde-29042020-134042/
Resumo: A baixa taxa de sucesso de captura pode ser um fator limitante ao êxito de diversos estudos com fauna. Sendo assim, é necessário o aprimoramento de técnicas de captura, de forma especial em relação a predadores. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar a atratividade de quatro tipos diferentes de iscas sobre predadores de médio e grande porte. O estudo foi desenvolvido nas Fazenda Três Lagoas e Arca, que é parte do Núcleo Angatuba do Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio), no município de Angatuba - Estado de São Paulo, e teve a duração de cinco meses. Para os predadores de grande porte foram usadas armadilhas do tipo curral iscadas com frangos, porcos, cabras ou carneiros, em um delineamento em Quadrado Latino. Para a amostragem de canídeos e felídeos de médio porte foram utilizadas armadilhas do tipo gaiola de arame galvanizado, com tamanho de 115x40x60 cm, iscadas com alimento processado para cães, alimento processado para cães com essência de camarão, alimento processado para gatos ou alimento processado para gatos com essência de camarão. A metodologia foi adaptada a partir daquela utilizada pelo PPBio: 30 unidades amostrais distantes 1 km entre si e distribuídas sistematicamente em uma grade. Dos 30 pontos disponíveis na grade, 24 pontos foram escolhidos, sendo 12 pontos na matriz de eucalipto e 12 pontos nas áreas de vegetação nativa. O monitoramento da aproximação dos animais tanto nas armadilhas do tipo curral quanto nas de tipo gaiola foi feito por armadilhamento fotográfico, utilizando-se câmeras Bushnell Trophy Cam® programadas para funcionar 24 h/dia e filmar por 15 segundos, com um minuto de intervalo entre os vídeos. Os resultados foram analisados por Análise de Variância (ANOVA) e Análise de Médias (ANOM). As espécies de carnívoros de médio e grande porte que foram recorrentemente capturadas tanto nos vídeos provenientes dos currais quanto naqueles oriundos das gaiolas são espécies oportunistas com tolerância a ambientes modificados e à presença humana, como o cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), o graxaim-do-campo (Lycalopex gymnocercus) e o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus). Os felinos tiveram baixa taxa de captura, e apenas duas espécies foram detectadas (onça-parda e jaguatirica) ainda no período pré-experimental. Em relação ao experimento com armadilhas do tipo curral, os lobos-guará foram significativamente mais atraídos por galinhas do que por qualquer uma das outras iscas (carneiros, porcos ou cabras). As demais espécies de predadores não responderam significativamente às iscas oferecidas. Além disso, as câmeras localizadas na face Oeste de todos os currais detectaram um número significativamente menor de espécies visitantes. Para as armadilhas do tipo gaiola, a interação entre o número de espécies, o número de ocorrências de vídeos, as iscas (i.e., alimento processado para de cães e de gatos, com e sem essência de camarão) e o ambiente (i.e., matriz e vegetação nativa) foi marginalmente significativa. Além disso, as espécies de canídeos e felídeos silvestres da área não responderam à nenhuma das iscas oferecidas; no entanto, cães domésticos (Canis lupus familiaris) foram significativamente atraídos por alimento processado para gatos sem essência de camarão.