Suplementação energética na recria de bovinos de corte submetidos em pastejo rotativo no verão: efeito de raça, produtividade total de carne, impactos na terminação e análise econômica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Santos, Juliana Aparecida Alves dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10135/tde-19042017-165457/
Resumo: Objetivou-se com o presente estudo quantificar o efeito da suplementação energética em pasto durante o período das águas em tourinhos Nelore e ½ sangue Angus x Nelore na fase de recria sobre o desempenho e lotação animal, produtividade de carne total, comportamento ingestivo, consumo de forragem, terminação em confinamento e viabilidade econômica em sistema intensivo de produção. Assim, o trabalho foi dividido em dois experimentos durante a recria em pastejo, seguido de terminação em confinamento. O estudo da recria ocorreu durante os 180 dias da estação chuvosa (novembro a abril) e a terminação em confinamento na estação seca (maio a setembro) por dois anos consecutivos: Ano 1 (verão 2014-2015) e Ano 2 (verão 2015-2016). Foram avaliados dois níveis de suplementação: 0% do peso vivo (PV) - grupo controle recebendo sal mineral (SM) e 0,8% do PV grupo recebendo suplementação energética (SE) à base de milho; e duas raças: Nelore (NEL) e ½ sangue Angus x Nelore (ANG) mantidos em pastos de capim-marandu e mombaça. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, com os tratamentos em arranjo fatorial 2 x 2 (duas raças e dois níveis de suplementação). No experimento de desempenho e lotação animal (Exp.1) foram utilizados 64 machos NEL e 56 ANG, não-castrados, com peso médio inicial de 260 kg, entre 13 e 15 meses e para o experimento de consumo de forragem e fermentação ruminal (Exp. 2) foram utilizados 8 machos Nelore, castrados, com peso médio inicial de 380 kg, 26 meses, durante março a abril. Os animais foram distribuídos em 4 lotes. Durante a terminação em confinamento os tratamentos foram as duas estratégias de suplementação adotadas durante a recria e duas raças. Foram utilizados 46 machos NEL e 46 ANG, não-castrados, com peso médio inicial de 360 kg, entre 18 e 20 meses de idade, distribuídos em baias coletivas. Nos resultados do Exp. 1, com relação à forragem pré e pós-pastejo não houve efeito da SE (P>0,05) para a disponibilidade de matéria seca total (DMST). Houve efeito da SE para alturas de entrada e saída dos pastos (P<0,01) e teor de PB (P=0,03). Com relação aos animais, houve efeito da SE (P<0,01) para o GMD. Houve um acréscimo de 0,40 kg animal-1 dia-1 para SE (P<0,01). A SE permitiu aumento da lotação animal (P<0,01) e maior produção de carne por área (P<0,01). A SE aumentou o tempo de cocho, diminuiu o tempo de pastejo, consequentemente aumentando o tempo em ócio (P<0,01). No Exp. 2, não houve diferença (P=0,75) para consumo de forragem (CMSf) entre os tratamentos, assim, não foi observado efeito substitutivo em função da SE. A SE aumentou (P<0,01) o consumo total (CMSt). A DMS (digestibidade da matéria seca) foi influenciada pela SE (P<0,01), sem diferença entre espécies forrageiras (P=0,99). Houve efeito de SE e interação tratamento x tempo (P<0,01) para as variáveis pH, N-NH3 e AGCC em função dos tempos de amostragens (horas) após a suplementação. A SE reduziu as concentrações acetato (P<0,01) e não influenciou (P=0,28) a concentração de propionato. No Exp. 3 houve efeito da SE (P<0,01) e da raça (P=0,01) para peso inicial. Houve diferença (P<0,01) para CMS entre SM e SE, sem interação suplementação x raça (P=0,41). O CMS também foi influenciado pela raça (P=0,05), sendo maior nos animais ANG comparado aos NEL. Com relação à eficiência alimentar, houve efeito (P<0,01) da SE. Para o GMD houve interação entre suplementação e raça (P<0,01) e os animais que receberam SM tiveram maior GMD comparado à SE. O desempenho dos animais ANG foram superiores comparados aos animais Nelore, independente do tratamento e tempo de confinamento, foi observado melhor desempenho (P<0,01). A SE reduziu (P<0,01) o tempo de confinamento. Para as características de carcaça houve efeito de SE e da raça (P<0,01) para área de olho de lombo medida por ultrassom (AOLU) e espessura de gordura subcutânea da picanha (EGPU). A SE permitiu um adicional na receita de 14% por cabeça e lucro líquido adicional de R$ 2.749,30 por hectare comparado à SM. A suplementação energética no verão aumenta o ganho de peso, lotação animal e a produção de carne por área evidenciando a limitação da qualidade do pasto tropical em atender as exigências de energia líquida de ganho em animais de alto desempenho. Animais cruzados ½ sangue Angus x Nelore apresentam maior produtividade total de carne. A suplementação com milho moído, como fonte de carboidrato não-fibroso promoveu efeito associativo positivo, aumentou o CMS total sem reduzir o CMS de forragem e alterou os padrões de fermentação ruminal; além disso, resulta em maior peso vivo ao final da recria, o que implica na redução do período ou maior peso de abate na terminação em confinamento durante a estação seca, promovendo aumento da produtividade animal total e lucratividade por hectare em sistemas intensivos de produção, aumentando a rentabilidade total do sistema de produção.