Síntese de evidências para políticas de saúde: cuidado orientado para a família na atenção primária à saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Kolle, Aline Marion Moreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7144/tde-22022021-164801/
Resumo: Introdução: A política de saúde no Brasil adotou a Estratégia Saúde da Família (ESF), no âmbito da atenção básica, com o intuito de facilitar o acesso ao sistema de saúde, mudar o modelo assistencial tradicional, racionalizar o uso dos demais âmbitos de atenção à saúde e estender a cobertura assistencial em áreas de maior risco social. São insuficientes os documentos governamentais que contribuem com a discussão sobre a complexidade do perfil atual das famílias brasileiras, o conceito de família, instrumentos para a avaliação e intervenção em famílias e evidências quanto à efetividade de intervenções, como a ESF, para atender necessidades em saúde de famílias. Considerações teóricas: a partir do campo da saúde coletiva, compreende-se que, no contexto neoliberal, a família, lócus de reprodução social, tem sido responsabilizada por atender as necessidades em saúde de seus membros, com o Estado cada vez mais ausente da proteção social. Objetivo geral: Sintetizar as melhores evidências para políticas de saúde orientadas para a família, no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS). A expressão APS foi adotada por ser de uso internacional. Procedimentos metodológicos: estudo de síntese de evidências para políticas, que utilizou a ferramenta SUPPORT, criada pela OMS. Foram etapas do estudo: 1) Definição do problema, por meio de reuniões com estudantes e orientadoras do Programa de Mestrado Profissional em Enfermagem da Atenção Primária à Saúde no SUS da Escola de Enfermagem da USP, e pesquisadoras do Instituto de Saúde do Estado de São Paulo; 2) Levantamento e seleção de evidências voltadas a famílias, no âmbito da APS, realizadas por duas pesquisadoras independentes nas fontes de dados: PubMed, Scopus, Applied Social Sciences Index and Abstrats (ASSIA, ERIC e Sociological Abstracts); Health Systems Evidence (HSE); JBI DataBase of Systematic Review and Implementation Reports; Cochrane Library; Campbell Collaboration; Google Acadêmico e portal BVS, a partir dos descritores Atenção Primária à Saúde e Família, usando variações e booleanos, de acordo com as várias bases pesquisadas; Extração de dados relevantes das revisões sistemáticas selecionadas e avaliação da qualidade metodológica, com a aplicação do instrumento AMSTAR; Seleção e descrição das opções com as informações mais relevantes para abordar a família, com prioridade para estratégias, programas e políticas; 5) Considerações sobre implementação e equidade das opções encontradas. Resultados: Foram identificados 2.131 estudos; a seleção realizada após leitura de títulos e resumos reduziu esse total para 84; após leitura na íntegra, foram incluídas 27 revisões sistemáticas. Este relatório trata das seguintes opções: Programas e estratégias para a juventude, e Estratégias centradas no cuidado à família, elaboradas a partir de 17 revisões incluídas. A primeira opção baseia-se em intervenções com famílias que têm membros jovens usuários de drogas ou famílias com crianças, adolescentes e jovens com outros problemas nas relações sociais, envolvendo comprometimento das dimensões emocional e comportamental. A segunda opção está ancorada em intervenções baseadas em abordagens para melhorar a qualidade de vida e o bem- estar de pacientes e seus familiares, bem como a relação com os profissionais de saúde. Conclusões: As intervenções que compõem essas opções apresentam limitações para atender necessidades em saúde das famílias, no âmbito da APS, com a responsabilização das famílias pelo cuidado de saúde de seus membros; as intervenções grupais com várias famílias são criticadas em favor de terapias destinadas a cada família individualmente. As potencialidades estão associadas àquelas intervenções que propõem terapêuticas com as famílias, em relacionamento cooperativo com os profissionais de saúde, o que estabelece novas formas de interação e aprendizado e potencializa mudanças, como é o caso da intervenção centrada na família com sessões educativas e de aconselhamento. Produto: Opções para a implementação de políticas em resposta às necessidades em saúde de famílias, no âmbito da APS.