Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Salvetti, Xenia Miranda |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-27092011-102542/
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Resumo: |
O presente estudo do gênero e da cidade analisa os imaginários feminino e citadino divulgados pela publicidade e imprensa na São Paulo dos anos vinte, e como era o cotidiano vivido pelas mulheres pobres, como se articulavam, interagiam na cidade, se apercebiam da comunicação divulgada, reelaboravam e retornavam ao espaço público. A pesquisa investiga a publicidade presente em vários meios, como cartõespostais, bondes, bancos de praças, muros, periódicos, entre outros, junto ao desenvolvimento da imprensa iniciado no final do século XIX. Ambas, publicidade e imprensa passaram a ter um papel significativo na construção e divulgação do imaginário feminino. O estudo contempla a presença feminina dos setores empobrecidos e seus movimentos pelo perímetro central e cercanias, localizados entre o antigo centro e a cidade nova, evidenciando o espaço-matriz escolhido pela elite paulista como modelo da cidade moderna e sujeitos desejados. A investigação, ao abordar a comunicação realizada na cidade, e o perfil, o cotidiano das mulheres pobres, articulados ao processo de urbanização, teve sua metodologia desenvolvida em três fases: Fase I - A pesquisa sistemática nos registros dos atendimentos a mulheres em postos de saúde pública, vinculados ao Serviço de Segurança Pública nos anos de 1920, 1925, 1929 e 1931, resultando na formação de um banco de dados com 876 mulheres; Fase II - Levantamento sistemático, página a página, das publicidades que continham os endereços de seus estabelecimentos, publicadas nos periódicos de grande circulação, selecionados: A Cigarra, A Capital, nos anos de 1920, 1925, 1929 e 1930, resultando na primeira operação cartográfica sobre os estabelecimentos comerciais, serviços particulares de saúde, telefonia, redações de jornais, circunscritos ao perímetro central e num segundo momento, o expressivo número de moradias nos boletins de ocorrência das mulheres na região central, viabilizou uma segunda operação cartográfica contendo o comércio, outros serviços e a localização das moradias dessas mulheres; Fase III A preocupação com uma historiografia que não limitasse trabalho feminino ao segmento têxtil e serviços domésticos, levou a consulta às Listas Telefônicas no setor Indicador Profissional da Cidade de São Paulo, correspondendo aos anos 1923, 1925, 1928 e 1929, e aos relatórios anuais da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo de 1901 a 1949. A pesquisa estendeu-se aos relatórios emitidos pela direção da Escola Profissional Feminina, concernentes às disciplinas oferecidas e aos novos cursos que passaram a fazer parte da instituição; também contemplou fotografias que apresentavam a publicidade no espaço público concomitante à presença feminina entre os grupos empobrecidos, os anúncios e reportagens de crimes passionais em bairros populares, noticiados no Jornal Fanfulla, afora a literatura fictícia e memorialista. Os dados levantados permitiram-nos avaliar o perfil destas mulheres: trabalhadoras domésticas, operárias fabris, costureiras, artesãs, meretrizes, parteiras de prática, amas-de-leite, manicures, entre outras, na busca e manutenção dos seus trabalhos, circulavam, realizavam itinerários pela cidade. Nestes movimentos elas se apercebiam da comunicação, da moda, dos comportamentos sociais, improvisavam alternativas de acesso ao propagado. Revelavam-se sábias urdideiras do conhecimento de sobreviver ao imprevisto, ao instável, de subverter, expandir-se ao imposto, ao limitado. |