Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Giovanna de Souza |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44143/tde-13022020-145504/
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Resumo: |
O Batólito Granítico Itu é a mais volumosa ocorrência da Província Granítica Itu, de caráter pós-orogênico à orogênese Brasiliana na Nappe Socorro-Guaxupé (~660-600 Ma), tendo se originado pela amalgamação de diversas câmaras magmáticas alojadas em níveis rasos da crosta continental, que formaram quatro plútons principais: Cabreúva, Indaiatuba, Itupeva e Salto, dos quais os dois primeiros foram estudados com maior detalhe neste trabalho. O Plúton Indaiatuba é definido por uma unidade principal de (hornblenda)-biotita granito rapakivi porfirítico grosso, que hospeda enclaves microgranulares de natureza félsica e máfica; variedades de granito hololeucocrático equigranular médio invadem esta fácies principal já em estado sólido, como indicado pela presença de xenólitos angulosos. Manifestações básicas contemporâneas ocorrem registram-se na forma de um monzogabro (localmente portadores de clinopiroxênio) e pequenos corpos híbridos de quartzo monzonito. O Plúton Cabreúva é caracterizado por uma unidade principal de (hornblenda)-biotita sienogranitos inequigranulares grossos, portadores de enclaves microgranulares máficos e félsicos, e variedades de borda de sienogranitos hololeucocráticos de granulação média cuja composição química indica que se trata de variedades mais diferenciadas (~ 75-77% de SiO2, < 0,1% de MgO, < 0,8% de CaO). Na porção central do plúton, formada por granitos porfiríticos, ocorrem pequenos corpos máficos e blocos de rocha quartzo monzodiorítica grossa levemente orientada, cuja composição e textura sugerem origem cumulática. As idades de cristalização magmáticas obtidas neste trabalho pela datação de sete amostras dos quatro plútons que constituem o batólito por métodos de datação U-Pb in situ de zircão (SHRIMP e LA-MC-ICPMS) são todas semelhantes, e definem o episódio principal de geração de todo o batólito em torno de 578 ± 4 Ma. Uma amostra de sienogranito do Plúton Cabreúva forneceu idade claramente mais jovem que as demais (561 ± 6 Ma); esta idade, caso não reflita um evento pós-magmático de caráter hidrotermal (sugerido pela química dos cristais de zircão), implicaria que a formação do batólito ocorreu ao longo de um intervalo de tempo de até 20 Ma. Cristais herdados de zircão são muito raros nas amostras de Itu, refletindo as temperaturas relativamente altas dos magmas em questão. Apenas em uma amostra do Plúton Itupeva foram identificados núcleos claramente herdados, com idade paleoproterozoica (~ 2.2 Ga) e neoproterozóica (~ 620 Ma). Os granitos do Batólito Itu exibem características de granitos de tipo A da série aluminosa, derivados de magmas pobres em H2O e com temperaturas liquidus relativamente altas. Os valores de temperatura obtidos por cálculo de saturação em zircão variam entre 880 e 800°C entre os granitos menos e mais evoluídos de Cabreúva (teores de SiO2 variando entre 69 e 77%); temperaturas um pouco mais baixas (entre 800 e 730°C) são observadas nos granitos equigranulares evoluídos (> 74% SiO2), considerados diferenciados de Indaiatuba. As pressões de alojamento estimadas neste trabalho, utilizando calibrações do geobarômetro de Al em hornblenda, encontram-se na faixa de 2-3 kbar, confirmando um alojamento crustal raso. No contexto da evolução de câmaras magmáticas rasas, eventos recorrentes de recarga por pulsos de magma de caráter félsico (predominantes) e máfico, são registrados nos plútons Cabreúva e Indaiatuba sob a forma de abundantes enclaves microgranulares. Evidências estruturais e texturais de processos de interação de magmas (mingling e mistura) são frequentes, e, em parte, confirmadas pelos dados geoquímicos e isotópicos. A atuação de processos de separação cristal-líquido ao nível das câmaras rasas é evidenciada por variações composicionais contínuas e, em Cabreúva, pela presença de rocha de caráter cumulático. Os dados isotópicos de Sr, Nd e Hf obtidos para os diferentes plútons do Batólito Itu mostram assinatura característica de granitos crustais, com valores fortemente negativos de \'épsilon\'Nd(t) (-10 a -12) e \'épsilon\'Hf(t), mas com razões 87Sr/86Sr(t) pouco elevadas (0.706-0.708), que sugerem fontes com baixa razão Rb/Sr. Entre as fontes crustais potenciais para os magmas geradores desses granitos podem ser reconhecidos os ortognaisses ou granulitos do embasamento paleoproterozóico, ou granitos cálcio-alcalinos gerados durante o ciclo orogênico precedente. A presença de um componente do manto é identificada em todos os quatro plútons de Itu (na forma de corpos máficos e enclaves microgranulares máficos); esse componente parece corresponder a um manto enriquecido, similar àquele do qual derivaram as rochas máficas do maciço monzodiorítico Piracaia (\'épsilon\'Nd(t) -7.3 e -8.5 e 87Sr/86Sr(t) = ~0.705), de idade contemporânea à Província Granítica de Itu. |