Construção do Maciço Sienítico Piquiri (609 a 583 MA) por colocação sucessiva de pulsos de magma ultrapotássico e shoshonítico sob extensão no Escudo Sul-Rio-Grandense

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Rivera, Cristiane Butori
Orientador(a): Bitencourt, Maria de Fatima Aparecida Saraiva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/201719
Resumo: O Maciço Sienítico Piquiri (MSP), situado no extremo sul do Brasil na porção leste do Escudo Sul-rio-grandense, tem idade neoproterozoica, relacionado-se aos estágios finais do Ciclo Brasiliano. As discussões nesta tese são baseadas em compilações de dados pré-existentes, dados de campo, petrografia, geoquímica de rocha total de elementos maiores e traços, geoquímica de isótopos de Rb-Sr e Sm-Nd em rocha total, e datações U/Pb em zircão por LA-MC-ICP-MS. O MSP é composto por três pulsos que se posicionaram em ordem temporal decrescente da borda para o centro do corpo, denominados de Pulso 1, Pulso 2 e Pulso 3 respectivamente, cristalizados num intervalo entre 610 a 584 Ma. Os pulsos se intrudem sequencialmente, sempre sendo retrabalhados pelo pulso seguinte. O MSP compreende rochas com predominância de sienitos e feldspato alcalino sienitos, variando para quartzo feldspato alcalino sienitos a quartzo sienitos, com ocorrência de injeções de quartzo sienitos tardios. O magma do Pulso 1 possui relação de mistura heterogênea com um magma lamprofírico, ambos provenientes de fontes composicionalmente similares, com evidências de rápida ascenção. As rochas do Pulso 1 têm textura de resfriamento rápido contra as rochas encaixantes. A foliação magmática com contatos paralelos as paredes da intrusão, o que de modo geral representa a forma semi-circular do MSP, sendo menos desenvolvida na borda (Pulso 1) e centro do corpo (Pulso 3), tornando-se marcante na porção intermediária (Pulso 2), sugere que a dinâmica interna do magma controlou o fluxo magmático. O magma do Pulso 1 se posicionou em epizona, com evidências de separação de fluídos como geração de brechas magmáticas sobre as rochas encaixantes, amígdalas e injeções aplíticas/pegmatíticas. A geração de metamorfismo de contato restrito às encaixantes posicionadas como pendentes de teto sobre rochas do Pulso 1, também aponta para intrusão em ambiente raso. Os dados de campo e correlações com base na bibliografia sugerem que o posicionamento do MSP ocorreu em ambiente extensional, provavelmente relacionado à porção transtrativa da zona de cisalhamento destral de direção NNW presente na região. Os dados litogeoquímicos mostram que as rochas do MSP são alcalinas saturadas em sílica, metaluminosas, enriquecidas em Rb, Sr, Ba, K, P2O5 e ETRL e com moderados conteúdos de HFSE, indicando fontes enriquecidas em K, semelhantes para todos os pulsos. Os magmas do Pulso 1 e os lamprofíricos tem caráter ultrapotássico, enquanto os magmas dos pulsos 2 e 3 são shoshoníticos. Os valores de εNd(t) em torno de -10 e razões iniciais 87Sr/86Sr entre 0,706 e 0,710, refletem fonte mantélica enriquecida por subducção prévia.