Petrologia das Vulcânicas de Mimoso - Santo Antonio de Leverger (MT)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Batata, Maria Elisa Fróes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44143/tde-04072022-111754/
Resumo: A Plataforma Sul-Americana teve importante atividade magmática no Cretáceo Superior/Inferior e Paleoceno, envolvendo complexos alcalinos e alcalino-carbonatíticos ao redor da Bacia do Paraná (BP). Aqui estuda-se o magmatismo da borda NW, margem sul do Cráton Amazônico. Estas rochas foram primeiramente correlacionadas às de caráter intrusivo próximas ao distrito de Mimoso (Santo Antonio do Leverger-MT), à época denominadas Intrusivas Ácidas e Intermediárias de Mimoso e hoje conhecidas como Complexo Alcalino Ponta do Morro (CAPM), associando-as ao Granito São Vicente (GSV). Posteriormente evidenciaram-se duas formações - Vulcânicas de Mimoso (VM), e Intrusivas Ponta do Morro, não sendo encontradas outras pesquisas sobre essas ocorrências. Este estudo investiga o papel das VM em relação ao CAPM, GSV e Faixa Paraguai, caracterizando-as mineralogica/petrologica/geoquimica/isotopica e geocronologicamente. Observa-se em campo que esses litotipos estão alojados nas rochas metassedimentares do Grupo Cuiabá/Faixa Paraguai, às vezes aparecendo como blocos remanescentes sobrepondo as vulcânicas, numa relação de roof pendant. Os resultados apontam uma associação bimodal que inclui analcima-olivina basalto, basalto porfirítico e andesi basalto (SiO2 44,16-53,46%), e traquidacito, dacito e riolito/comendito/pantelerito (SiO2 61,33-74,24%). Desequilíbrio termodinâmico é evidenciado em macro/microscopia e química mineral, o que reforça a coexistência de duas fases magmáticas de composições distintas, por vezes caracterizando magma mingling ou mixing. Os estudos indicam condições de O2 intermediária a baixa e temperatura média de 862oC. Os dados são ainda insuficientes para interpretações mais acuradas, mas observa-se que o analcima-olivina basalto é a única variedade com composição isotópica Sr-Nd próxima à do Bulk Silicate Earth, possivelmente gerada em sistema fechado, onde as variedades mais evoluídas têm valores elevados, longe daqueles do BSE, sugerindo desenvolvimento em sistema aberto, hipótese corroborada pelo comportamento isotópico de chumbo. Os dados geocronológicos indicam idades de cristalização de aproximadamente 90 Ma., o que evidencia a sua desvinculação do evento que gerou o GSV, possibilitando sua correlação ao CAPM, onde os litotipos desse complexo representam os termos mais evoluídos da associação. O conjunto foi denominado Província Alcalina de Mimoso (PAM), compreendendo evento distensivo de caráter rúptil relacionado à implantação e desenvolvimento do Arco de São Vicente, Antéclise de Rondonópolis e Rifte Rio das Mortes. Sugere-se que a PAM englobe as províncias Ígnea de Poxoréu e Magmática Cuiabá-Poxoréu-Paratininga, e os pipes de 91,6-94,6 Ma da Província Kimberlítica Paranatiga-Batovi, unificando a nomenclatura de todas as ocorrências relacionadas às estruturas regionais do setor norte da BP, que apresentam direção preferencial NE e mesma posição dos eixos de tensão no sentido NW-SE. A PAM é contemporânea às províncias ígneas Alto Paranaíba e Iporá, aflorantes às margens leste da BP, com mesmo trend e posição dos eixos preferenciais de tensão. Embora a idade da PAM seja compatível com o terceiro cronogrupo do modelo tectônico de evolução relativo ao Cretáceo Superior, ressalta-se que a direção NE dessas estruturas é diferente das demais observadas na borda oriental da BP (NW). Destaca-se que essa orientação contrasta com as estruturas identificadas naquela borda, pois do ponto de vista da posição dos eixos preferenciais de tensão, a região da PAM mostra uma extensão crustal no sentido NW-SE.