A comunidade bacteriana endofítica de citros e sua interação com Xylella fastidiosa, agente causal da Clorose Variegada dos Citros (CVC)

• Ano de defesa: 2000
• Autor(a) principal: Araújo, Welington Luiz de
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: BACTÉRIAS ENDOFÍTICAS; BACTÉRIAS FITOPATOGÊNICAS; CLOROSE VARIEGADA DOS CITROS; LARANJA NATAL; RESISTÊNCIA
• Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20191220-135847/

O presente trabalho avaliou a associação entre a comunidade endofítica de Citrus sinensis (Laranja Natal) e a presença de plantas resistentes à Clorose Variegada dos Citros (CVC). A densidade populacional e a biodiversidade de bactéria endofíticas cultiváveis ou não foi avaliada de ramos descascados de 4 tipos de plantas de citros (plantas sadias, escape e doentes de laranja natal e plantas de Tangerina poncã (C.reticulata). Além disso, foi estudada utilizando DGGE a colonização de plântulas de C. limonia por 3 espécies endofíticas de C. sinensis. Esta estratégia foi desenvolvida em batata (Solanun tuberosum como planta modelo. Não foi observada diferença significativa entre a densidade bacteriana em plantas de laranja. Entretanto, foi observado que a bactéria endofítica Curtobacterium flaccumfaciens foi isolada principalmente de plantas escape, enquanto que Methylobacterium. spp. foi isolada principalmente de plantas doentes. Utilizando a técnica de DGGE (Gel de Eletroforese em Gradiente Desnaturante) foi observada a presença de uma banda rica em GC de uma β-proteobactéria não cultivável somente em plantas escapes. Também foi observada maior diversidade genotípica, baseada no gene de rDNA 16S, na população de Methylobacterium spp isolada de plantas doentes. De acordo com estes resultados, foi sugerido que a presença de C. flaccumfaciens e/ou a β-proteobacteria não-cultivável poderia ativar uma reação sistêmica induzida nas plantas escape, e esta resistência ou uma possível antibiose inibiria a colonização desta planta por vários genótipos de Methylobacterium spp. e manteria os níveis populacionais de Xylella fastidiosa (agente causal da CVC) abaixo daqueles que causam o aparecimento de sintomas CVC. Após inoculação na semente, o isolado AR1.6/2 de M. extorquens foi observado principalmente nas câmaras sub-estomáticas de caule e em tecidos sub-epidérmicos de plântulas de C. limonia, as quais exibiram uma redução no acúmulo de biomassa em comparação com plantas controle. O isolado ER1/6 de C. flaccumfaciens induziu um acúmulo de biomassa em plântulas inoculadas. O isolado ER1/6 e M. mesophilicum (isolado SR1.6/6) foram consistentemente observados no parênquima adjacente aos vasos infectados e também nas câmaras sub-estomáticas dos caules. Os resultados apresentados neste trabalho mostram, pela primeira vez evidências da indução de resistência em C. sinensis por bactérias endofíticas, e indicam uma estratégia importante para o entendimento da clorose variega dos citros, além da possibilidade do seu controle biológico por meio destas bactérias.