Modelo computacional para determinação de estratégia de liberação de Telenomus podisi Ashmead, 1893 (Hymenoptera: Scelionidae) para o controle de Euschistus heros (Fabricius, 1974) (Heteroptera: Pentatomidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Weber, Igor Daniel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-13092021-135107/
Resumo: Telenomus podisi é um parasitoide de ovos quase-gregário que tem recebido significativa importância como agente de controle biológico de uma das principais pragas da soja no Brasil, Euschistus heros. Este parasitoide vem sendo utilizado em liberações inundativas em aproximadamente 20.000 hectares de soja na América do Sul para o manejo de percevejos. Contudo, ainda não existem estudos conclusivos na literatura que estabeleçam efetivamente estratégias de liberação de T. podisi. Dentre as ferramentas capazes de investigar estas estratégias estão os modelos computacionais baseado em indivíduos e espacialmente estruturados (autômato celular). Apesar desta abordagem poder levar à escolha de um plano de liberação mais eficaz do que o frequente método empírico de tentativa e erro, há ainda poucos programas de controle biológico empregando ferramentas que utilizam algoritmos computacionais desta natureza para auxiliar no método de escolha da forma de controle. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi desenvolver um modelo computacional empregando autômatos celulares para investigar estratégias de liberação de T. podisi em cultivos de soja de modo a otimizar sua utilização no manejo do percevejo E. heros. Foi desenvolvido um modelo computacional utilizando autômatos celulares empregando a linguagem de programação C, assumindo-se um grid bidimensional (lattice) de 204 x 204 células correspondente a uma área de cultivo de soja. A dinâmica biológica do percevejo e do parasitoide de ovos foram representadas computacionalmente. Foram investigados os seguintes parâmetros das estratégias de liberação de T. podisi: modo de liberação (em faixas ou em pontos ao longo da área), número de liberações (de 1 a 4 liberações ao longo do ciclo da soja), número de parasitoides por hectare por liberação (3.000, 5.000, 7.000 e 10.000 fêmeas) e espaçamento entre pontos ou faixas de liberação (5, 10, 25 e 50 metros). Realizou-se uma análise de sensibilidade dos parâmetros de liberação do parasitoide e dos parâmetros de dispersão das fases de ninfa e adulto de E. heros, e dos adultos de T. podisi. Além disso, avaliou-se o efeito de diferentes valores constantes de parasitismo de ovos sobre os variados tamanhos populacionais de percevejos assumidos, e o efeito do espaçamento de liberação de parasitoides de ovos com diferentes capacidades de dispersão diária sobre a eficiência na supressão da população de percevejos. As estratégias de liberação capazes de manter a população de E. heros abaixo do nível de controle, de acordo com o modelo computacional, foram aquelas que liberaram pelo menos 15.000 parasitoides fêmeas por hectare ao todo, seguindo a configuração de três a quatro liberações de 5.000 ou mais fêmeas de T. podisi por hectare. Recomenda-se a utilização do espaçamento de 25 metros entre pontos ou faixas de liberação. Os modos de liberação avaliados apresentaram eficiências semelhantes entre si para a maioria das estratégias estudadas. Espera-se que os resultados teóricos produzidos pelo modelo orientem futuros estudos em campo para o aprimoramento dos planos de liberação de T. podisi para o manejo do percevejo-marrom na soja.