Biologia e zoneamento de Diceraeus melacanthus Dallas, 1851 (Hemiptera: Pentatomidae) e do parasitoide Telenomus podisi Ashmead, 1893 (Hymenoptera: Scelionidae) no Brasil a partir das exigências térmicas e higrométricas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Souza, Mikaela Terra
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-07122023-102640/
Resumo: O percevejo Diceraeus melacanthus Dallas, 1851, que ocorre há muito tempo na soja, vem sendo recentemente, um problema também para a cultura do milho. Este fato é motivado pelo aumento de áreas com plantio direto, técnica que favorece o percevejo, que encontra alimento, no fim da safra de soja, alojando-se na \"palhada\" ou em outras plantas hospedeiras até o plantio e emergência do milho da safra seguinte (safrinha). Assim, com a rotação de culturas a praga \"migra\" da soja e aparece logo no começo da emergência da plântula de milho, atacando os estágios iniciais, que são os mais vulneráveis. A técnica atualmente utilizada para o controle dessa praga envolve aplicações de inseticidas com calendário de pulverizações, sendo esta prática, uma antítese à sustentabilidade, atualmente buscada por toda a sociedade. O uso de Controle Biológico (CB) do percevejo ainda é pouco expressivo quando comparado ao controle com agroquímicos. Porém o parasitoide de ovos Telenomus podisi Ashmead, 1893, vem criando perspectivas para o uso do CB para o complexo de percevejos encontrados principalmente na soja. Grande parte das práticas inadequadas utilizadas no manejo de D. melacanthus se dá pela escassez de conhecimentos básicos da biologia da referida praga. Assim, neste contexto, o presente estudo teve por objetivo estudar aspectos biológicos de D. melacanthus em oito diferentes temperaturas (18, 20, 22, 25, 28, 30, 32 e 34°C) e quatro umidades relativas do ar (30, 50, 70, 90%) em dieta natural composta de grãos de amendoim, sementes de girassol, vagem de feijão e uma plântula de milho. E como resultado foi possível verificar que a faixa de temperatura e umidade relativa mais adequadas para o referido percevejo foram de 25 a 32°C e UR de 70%, respectivamente, com uma constante térmica (K) de 356,87 GD e limite térmico inferior de desenvolvimento (Tb) de 14,48°C. Paralelamente, foi feito o estudo dos aspectos biológicos do parasitoide T. podisi em ovos de D. melacanthus em seis temperaturas (22, 25, 28, 30, 32 e 34°C) e em quatro UR (30, 50, 70 e 90%). Foi possível determinar que a melhor faixa de temperatura para o desenvolvimento do parasitoide é a de 25 a 32°C e UR acima de 50%, sendo a constante térmica (K) de 277,38 GD com limite térmico inferior (Tb) de 7,32°C e superior (Tmax) de 40,98°C. Com esses resultados obtidos da biologia e tabela de vida foi possível realizar o zoneamento de D. melacanthus e T. podisi, e espera-se com esses resultados auxiliar no embasamento de futuros programas de CB do percevejo barriga-verde como parte do manejo integrado de pragas na rotação de culturas soja-milho.