Banheiros públicos como demarcação de fronteiras identitárias: experiências de mulheres lésbicas em São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Cicconetti, Josefina Raquel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100135/tde-13062019-192150/
Resumo: A presente dissertação apresenta a pesquisa Banheiros públicos como demarcação de fronteiras identitárias: experiências de mulheres lésbicas em São Paulo, investigação que traz uma análise crítica sobre as experiências de mulheres lésbicas nos banheiros públicos em São Paulo. No seu objetivo geral, propôs-se identificar as desigualdades em termos de gênero e sexualidade, enquanto marcadores sociais da diferença, que operam nos banheiros públicos, fazendo uso de uma abordagem interdisciplinar entre os Estudos Culturais, as teorias Feministas, Pós-estruturalistas e Queer. Enquanto objetivo específico, buscou-se aprofundar na análise dos sentidos que as entrevistadas produziam ao narrarem suas experiências, analisando assim categorias conceituais e empíricas como mulher, homem, masculinidade, feminilidade, lésbica expressão de gênero e performance de gênero. A abordagem desses temas se contrapõe à concepção idealizada culturalmente dos banheiros como espaço neutro, no qual sua divisão se acredita dar de forma natural. Argumenta-se, por meio das experiências das entrevistadas, como este espaço opera como um dispositivo protocolar do gênero, em termos de indicar os limites e as fronteiras dos processos identitários entre os sujeitos. Desta forma, a não adequação dos sujeitos aos padrões de homem / mulher gera uma ruptura no sistema heteronormativo, no sentido das expectativas e demandas sociais, e aciona diversas técnicas de poder e controle, tornando o banheiro em mais um cenário normativo de afirmação da diferença sexual. O banheiro público é o local por meio do qual, a diferença sexual vai se afirmar e sustentar, já seja no sentido simbólico (os signos, figuras, representações do masculino e do feminino) ou literal (dispositivos de vigilância e controle que estão dispersos no meio social que instituem modelos de corpos-homem e corpos-mulher). Assim, o banheiro público representa, na sociedade paulista contemporânea, o último bastião do sistema heteronormativo e patriarcal