Aspectos da presença de autores franceses do século XVIII nas crônicas machadianas e suas implicações intertextuais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Magri, Dirceu
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8146/tde-27062014-110054/
Resumo: Este estudo visa sondar a presença de autores franceses setecentistas ligados às Lumières no universo das crônicas de Machado de Assis. Popularizados, sobretudo, graças à imprensa, força motriz na disseminação do conhecimento no início do século XIX, Voltaire, Rousseau e Diderot, destituídos da aura de grandes filósofos, integram-se facilmente na esfera do folhetim. Ali, obras, temas e princípios criados por eles (já decantados pela cultura popular e tornados clichês, axiomas e ditos) agregam sentidos, ampliam a compreensão do elemento local, concorrem para a característica irônicochistosa do gênero e sedimentam a relação Brasil-França através da poética intertextual, traço profundo da escrita machadiana, cuja pluralidade de vozes fez da crônica um diálogo particular entre os dois países. A crítica moderna nos adverte quanto ao maniqueísmo da esquematização, ressaltando o lado arbitrário de toda periodização. Nota-se, contudo, que ao olhar o passado recente na tentativa de compreender o século XVIII, os homens do XIX retomaram em parte imagens herdadas da autorrepresentação daquele que foi o século da audácia crìtica, de maneira que se pode isolar o século XVIII, pois, mitificado, impõe-se ainda como identidade específica, irradiando a cultura francesa através de Voltaire, Rousseau e Diderot, seus exponenciais mitos mobilizadores.