Engajamento dos alunos e sua relação com o desenvolvimento de práticas epistêmicas em aulas de Ciências

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Vasconcelos, Izabella Nunes de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/81/81131/tde-13122021-134756/
Resumo: Tendo em vista a atenção que tem sido dada para incorporar ao ensino de Ciências as práticas do fazer científico, de forma que os alunos além de aprenderem conceitos envolvam-se também na construção do seu conhecimento, esta pesquisa tem como objetivo analisar como o desenvolvimento de práticas epistêmicas em aulas investigativas de Ciências relaciona-se com o engajamento dos estudantes. Para tanto, nossos estudos teóricos apresentam discussões que defendem a Ciência como prática e consideram que o ensino de Ciências também deve contemplá-las, adaptadas, é claro, para o contexto de sala de aula. Concordamos com autores que as nomeiam como epistêmicas, e acreditamos que em contextos educacionais as científicas equivalem às epistêmicas. Porém, a incorporação de tais práticas pelos professores na sala de aula só é efetiva se os estudantes engajarem-se nas mesmas. E tal engajamento pode se dar sob três formas: emocional, comportamental e cognitiva. Para alcançar o nosso objetivo de pesquisa, planejamos uma sequência de ensino investigativa (SEI) sobre o tema Transmissão da Informação e aplicamos em uma escola pública de Osasco com alunos do 9° ano do Ensino Fundamental. Após a coleta de dados, transcrevemos as videogravações e áudios, categorizamos os engajamentos e as práticas epistêmicas identificados e, posteriormente, analisamos e traçamos relações entre essas ocorrências. A partir disso, constatamos que alguns engajamentos comportamentais e emocionais se fizeram presentes em quase todos os turnos de fala analisados, o que nos aponta que eles servem como base para que outros engajamentos e práticas epistêmicas venham a ocorrer. Os nossos resultados reafirmam a importância de se olhar os engajamentos sob as perspectivas comportamental, emocional e cognitiva, pois isso permite uma compreensão mais completa do que está ocorrendo nas interações de sala de aula. Percebemos também que algumas práticas epistêmicas podem suscitar outras práticas epistêmicas assim como novos engajamentos. Destacamos ainda o papel das professoras na legitimação das falas dos estudantes, o que permitiu interações discursivas essenciais para a realização da SEI e o engajamento dos alunos.