Justiça epistêmica e afetos epistêmicos na Educação em Ciências: uma análise sob a perspectiva da etnografia interacional no contexto de uma sequência de ensino investigativa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Gerolin, Eloísa Cristina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48136/tde-25072024-110515/
Resumo: A construção do conhecimento científico e a formação dos indivíduos são influenciadas pelas dinâmicas socioculturais e afetivas entre estudantes e professores no ambiente educacional. É crucial garantir que todos os estudantes possam acessar, participar, contribuir e se beneficiar desses processos, promovendo a justiça epistêmica. Esse conceito visa superar estereótipos e preconceitos, reconhecendo a capacidade cognitiva de grupos historicamente marginalizados e garantindo uma distribuição equitativa do acesso ao conhecimento. Outro conceito relevante é o dos afetos epistêmicos, que são emoções e respostas afetivas associadas aos processos de construção do conhecimento científico. Esta tese investiga: a) como as interações discursivas e ações dos estudantes podem promover a justiça epistêmica em sala de aula; b) quais afetos epistêmicos emergem durante as interações em sala de aula e como influenciam o engajamento e a compreensão dos estudantes. A pesquisa adota uma perspectiva etnográfica interacional, analisando práticas socioculturais de estudantes do Ensino Fundamental II (11 a 13 anos) em aulas de Ciências. Dois estudos de caso etnográficos exploram como a justiça epistêmica e os afetos epistêmicos se manifestam nas interações em sala de aula. Os resultados destacam a importância de redistribuir a autoridade cognitiva e epistêmica para promover a inclusão e a participação de todos os estudantes, especialmente os de minorias marginalizadas. A agência epistêmica dos estudantes é um recurso valioso para uma distribuição mais equitativa das práticas de construção do conhecimento. Além disso, a pesquisa evidencia diferentes tipos de afetos epistêmicos expressos pelos estudantes, especialmente em atividades experimentais, que são espaços propícios para mobilizar esses afetos, promovendo o engajamento e o interesse na aprendizagem científica. Para pesquisas futuras, recomenda-se explorar as interseções entre justiça epistêmica e outras áreas, como educação inclusiva e intercultural, além de investigar a expressão e ocorrência de diferentes afetos epistêmicos em outros contextos de ensino. As principais conclusões sugerem a ressignificação da autoridade cognitiva e epistêmica em sala de aula, permitindo que os estudantes atuem como mediadores do conhecimento, e a importância dos afetos epistêmicos na aprendizagem científica, especialmente em atividades experimentais.