A higiene escolar em Pernambuco: espaços de construção e os discursos elaborados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Bezerra, Rozelia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-11062010-162011/
Resumo: Esta pesquisa foi dedicada à identificação dos espaços de construção e o discursos elaborados para a higiene escolar em Pernambuco. Especialmente propô-se a investigar a gênese e consolidação da disciplina escolar na instrução primária em três momentos distintos, e os discursos elaborados pelos livros didáticos indicados para o ensino da matéria, buscando avaliar as aproximações e distanciamentos com o conteúdo curricular. O marco inicial é 1875, por representar o ano de introdução da matéria Higiene no programa curricular, o segundo momento é 1904, considerado ano da consolidação das reformas de ensino que começaram em 1896. O marco final ou apogeu do ensino da higiene na Primeira República é o ano de 1928, quando se deu a reforma Antônio Carneiro Leão. Para isto pesquisou-se diferentes documentos oriundos da esfera pública, periódicos, livros autobiográficos, anaes e os livros didáticos indicados para uso nas escolas. Ao final da pesquisa percebeu-se que, na sua gênese, o espaço de construção do discurso para a higiene escolar, em Pernambuco, foi a educação tendo como mentor intelectual o Inspetor João Barbalho Uchoa Cavalcanti. Nesse mesmo ano a disciplina Higiene e noções de agricultura foi acrescentada ao programa curricular. Um dos livros didáticos indicados para seu ensino foi O Livro do Povo que, também, serviu de programa para a disciplina. O conteúdo sobre higiene é todo organizado em um estilo literário que o autor chama de rifões rimados e em Máximas e Sentenças. O discurso segue o modelo proposto por Jean-Nöel Hallé (1798). No segundo momento, o ensino da higiene foi mantido, como conteúdo da matéria Noções de Ciências Naturais, onde se estudava Definição e importância da higiene. Nesse período foram indicados, entre outros, o Primeiro e o Segundo Livro de Leitura, de Felisberto de Carvalho e o livro Lições de Coisas, de Saffray. Os livros didáticos apresentam discursos distintos sobre o tema higiene. Em ambos os períodos o currículo foi enciclopédico com o objetivo de formar um aluno de mente e corpo sadios Em 1928, ano da reforma de ensino Antônio Carneiro Leão, a higiene escolar foi amplamente privilegiada. A matéria ganhou autonomia e recebeu a rubrica de Higiene. Até o quarto ano atendeu aos pressupostos de Hallé. A partir do 5º ano o discurso eugênico prevaleceu. Foram indicados os livros da Série Braga Leitura I, Leitura II e Leitura III. O livro didático analisado foi Leitura II e o discurso atendeu ao conteúdo curricular.