De \"romancistas do Nordeste\" a \"2ª fase da prosa modernista\": um processo histórico de canonização literário-escolar em livros didáticos de português

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Macedo, Andre Barbosa de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-27072010-105336/
Resumo: Essa dissertação trata das abordagens sobre as obras literárias de Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Jorge Amado, Rachel de Queiroz e José Américo de Almeida em livros didáticos de Português produzidos entre 1944 e 1987. Para tanto, foi necessário considerar as transformações ocorridas no núcleo da vulgata da disciplina escolar nesse período, dominada pelo ensino de literatura. Isso demandou a consideração do intercâmbio estabelecido entre a disciplina escolar e a crítica literária. O corpus documental da pesquisa foi constituído, em primeiro lugar, por dezesseis títulos didáticos editados após as mudanças definidas pela Reforma Capanema. Associados a eles, foram considerados outros documentos. Destes, os principais eram programas e propostas do governo federal e do Estado de São Paulo para a disciplina. Tais programas e propostas foram elaborados em um contexto educacional que foi retomado (Reforma Capanema, LDB de 1961 e de 1971). Para um exame mais abrangente da produção didática, empreendemos a investigação da trajetória formativa, profissional e intelectual dos autores de livros didáticos e a configuração da disputa editorial pelo mercado do ensino médio. Nisso, um aspecto era a transformação pela qual passou a crítica literária, que se tornou acadêmica e elaborou novas referências bibliográficas. Os referencias teóricos foram as proposições de Bittencourt, Chervel e Choppin. Pelos exames realizados foi possível verificar que as obras literárias eram, nos livros didáticos destinados ao curso colegial, abordadas através de um esquema interpretativo de cunho regional e ocupavam uma posição de adendo na vulgata da disciplina. Houve um período de oscilação dessa vulgata e do critério para a abordagem das obras literárias: uma indefinição entre o critério regional e o temporal na produção didática do início dos anos 1970. Nesse mesmo período, entretanto, novos títulos didáticos estavam em elaboração e, publicados em 1975, definiram uma nova vulgata para a disciplina, um novo esquema interpretativo e um novo lugar para as obras literárias: 2ª fase da prosa modernista. As abordagens das obras de cada um dos escritores também foram examinadas e constatamos que foi mais enfatizado o diálogo com a realidade brasileira, relegando a um segundo plano pouco desenvolvido a dimensão propriamente literária das obras, as razões do valor literário delas.