Padronização e implementação de métodos de preservação de hemácias para auxiliar na identificação de anticorpos anti-eritrocitários

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Chagas, Marta Aparecida Barbosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17155/tde-24022021-124352/
Resumo: Introdução e objetivo: A correta identificação de anticorpos anti-eritrocitários é de grande importância em hemoterapia, tanto para compatibilizar sangue adequado para pacientes, evitando reações transfusionais hemolíticas, quanto na prevenção da doença hemolítica perinatal e outras doenças imuno-hemolíticas. As hemácias dos painéis comerciais não possuem os antígenos necessários ou zigozidade adequada para a correta identificação de tais anticorpos. Sendo assim, faz-se necessário o uso de hemácias complementares para auxiliar na identificação dos anticorpos. Tais hemácias podem ser obtidas em banco de doadores fenotipados e preservadas em soluções de 2 a 6°C (hipotérmica) ou por congelamento em nitrogênio líquido, métodos capazes de preservar a integridade dos eritrócitos e os antígenos eritrocitários por meses ou até anos. Este estudo teve como objetivo padronizar métodos de preservação de eritrócitos, tanto na forma de suspensões quanto em pequenas alíquotas por congelamento em nitrogênio líquido. Metodologia: Para padronizar métodos de preservação hipotérmica e por congelamento foram utilizadas amostras de doadores de sangue, fenotipadas para os antígenos D, C, E, c, e, Cw, K, M, N, S, s, P1, Lea, Leb, Fya, Fyb, Jka, Jkb, coletadas em tubo contendo EDTA. As amostras foram preservadas hipotermicamente nas soluções de Alsever modificada, BFI-1, BFI-2 e ID-CellStabTM e congeladas em nitrogênio líquido a -196°C nas soluções de S+D e PVP. Foram feitas análises quanto ao aparecimento hemólise, turvação do líquido sobrenadante, escurecimento das hemácias, presença de grumos e fungos para avaliar a estabilidade das suspensões mantidas em geladeira e simulação de uso na rotina laboratorial. Para avaliar a estabilidade dos antígenos em eritrócitos preservados em suspensões e por congelamento foram realizados testes qualitativos para os antígenos Fyb, Leb e testes quantitativos para os antígenos C e Fyb, pela metodologia gel-teste. Com a finalidade de prevenir o aparecimento de resultados falso-positivos em cartela gel-teste, foram realizados testes de Coombs indireto das hemácias preservadas com plasma de doador contendo anti-E. Resultados: As suspensões de hemácias preparadas com as quatro soluções não apresentaram alterações importantes durante o período de 45 dias, mantidas em geladeira e com simulação de uso na rotina. Os antígenos eritrocitários foram preservados tanto nas hemácias em suspensões quantos nas hemácias congeladas, entretanto em uma amostra preservada em BFI-2 o antígeno Fyb não foi detectado e nenhuma amostra apresentou resultado falso-positivo com plasma anti-E em cartela gel-teste, após utilização dos dois métodos de preservação. Os eritrócitos congelados com PVP apresentam recuperação superior aos congelados com S+D. Conclusão: Devido à viabilidade econômica, facilidade de uso na rotina laboratorial e ótima capacidade de preservar eritrócitos e antígenos de grupos sanguíneos, a solução BFI-1 pode ser utilizada para preservar eritrócitos de 2-6°C a 1% por até 30 dias e o método de preservação por congelamento em nitrogênio líquido em PVP pode ser utilizado para preservar eritrócitos com fenótipos raros por até 10 anos, devido maior capacidade de recuperação celular e ótima preservação dos antígenos.