Preservação pulmonar com ECMO-tópico ou isquemia fria: avaliação funcional ex vivo e histológica de pulmões não aceitos para transplante pulmonar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Mariani, Alessandro Wasum
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5156/tde-26102012-095022/
Resumo: Introdução: Apesar dos importantes avanços na preservação pulmonar alcançados nas últimas décadas esta questão permanece longe do ideal e representa um dos maiores problemas enfrentados pelos grupos de transplante pulmonar. O grupo da Suécia liderado pelo Prof. Stig Steen descreveu um novo método de preservação pulmonar chamado de ECMOtópico que foi publicado nos mesmos artigos que divulgaram o sistema de perfusão ex vivo. Todavia, este novo método nunca foi avaliado de forma comparativa contra a forma atualmente mais aceita de preservação pulmonar: a isquemia fria após infusão de solução de preservação. O presente estudo compara estas duas formas de preservação utilizando um modelo de avaliação pulmonar ex vivo. Como objetivos secundários foram estudados: a capacidade de recuperação da função pulmonar pelo sistema ex vivo e a utilidade do modelo experimental bloco pulmonar dividido. Métodos: Quatorze pulmões foram captados de sete doadores em morte encefálica negados para transplante pulmonar. Após a preservação inicial com perfusão anterógrada de solução de LPD-glicose o bloco pulmonar foi dividido, sendo cada lado submetido a um médoto diferente de preservação: ECMO-tópico ou isquemia fria por oito horas. Após este período os pulmões foram re-conectados e avaliados em um sistema de reperfusão pulmonar ex vivo estudando-se parâmetros funcionais e histológicos; biópsias pulmonares foram coletadas em três tempos em cada lado. As variáveis funcionais estudadas foram: capacidade de oxigenação (CO), pressão de artéria pulmonar (PAP) e resistência vascular pulmonar (RVP). As variáveis histológicas foram: escore de lesão pulmonar (ELP), contagem de células apoptóticas (CCA) e estudo de microscopia eletrônica de transmissão. Resultados: Sete casos foram incluídos. A idade média foi de 53.86 anos (±16.7); sexo masculino em 4 casos (57.1%); causa da morte encefálica: acidente vascular encefálico hemorrágico em 5 doadores e trauma crânio encefálico em 2. O lado submetido ao ECMO-tópico: direito em 4 e esquerdo em 3 casos. A média da CO foi 468.00 mmHg (±81.69) no grupo ECMOtópico e 455.86 (±54.05) no grupo isquemia fria (p=0. 758); a mediana da PAP foi de 140 mmHg(120 160) para o ECMO-tópico e 140mmHg(140 150) para isquemia fria (p=0,285); a mediana da RVP 459 dina.s.cm-5 (432,43 492,30) no grupo ECMO-tópico e 474,5 dina.s.cm-5 (459,01 545,45) no grupo isquemia fria (p=0,285). As médias dos escores de lesão pulmonar encontrados foram: para o grupo ECMO-tópico em T1 6,285 (±4,029), em T2 8,714 (±7,714) e em T3 9,571 (±7,857); já no grupo isquemia fria as médias foram em T1 7,571 (±4,429), em T2 7,714 (±4,785) e em T3 7,857 (±6,121) p = 0,531. As médias das contagens de células apoptóticas foram: para o grupo ECMO-tópico em T1 16,71(±2,545), em T2 20,71 (±5,843) e em T3 25,00 (±9,34); no grupo isquemia fria em T1 18,57 (±5,118), em T2 17,57 (±3,014) e em T3 24,86 (±10,374) p=0,803. O estudo de microscopia eletrônica de transmissão não demonstrou diferenças entre os grupos. Conclusões: Neste estudo o ECMOtópico não demonstrou melhora na preservação pulmonar, comparado a isquemia fria, em nenhum dos parâmetros estudados . O modelo de reperfusão pulmonar ex vivo permitiu importante melhora na função pulmonar, e o modelo experimental com bloco pulmonar dividido demonstrou ser um método adequado para estudos experimentais comparativos com pulmões humanos