Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Mendes, Camilla Oliveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5176/tde-09032023-105511/
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: a hipercalemia (HiperK+) resultante da transfusão de concentrado de hemácias (cHem) é reconhecida como complicação transfusional grave e relatos de séries de casos de parada cardíaca na reanimação do choque hemorrágico (CH) foram atribuídos a HiperK+ transfusional. A hipótese testada neste estudo é a de que a transfusão rápida de cHem com maior tempo de estocagem durante a ressuscitação do CH causa HiperK+ e que a transfusão de cHem com menor tempo de estocagem e a lavagem pré-transfusional do cHem com maior tempo de estocagem previne esta alteração. MÉTODOS: vinte e quatro suínos anestesiados foram submetidos ao choque hemorrágico (pressão arterial média de 30 mmHg a 40 mmHg e saturação de oxigênio no sangue venoso central < 45%) e ressuscitação com cHem: armazenado por 21 dias (grupo CHEM 21); armazenado por 21 dias e lavados imediatamente antes da transfusão (grupo CHEM 21L); e armazenado por 5 dias (grupo CHEM 5). Vinte e quatro suínos adicionais foram usados como doadores de sangue. Os animais foram estudados em sete momentos: basal, choque, e aos 2, 5, 10, 20 e 30 minutos do período após a reposição sanguínea. RESULTADOS: os CHEM 21 apresentaram os maiores níveis de potássio (24,75 ± 3,21 mEq/Lvs. 11,12 ± 1,99 mEq/L no CHEM 5 e 7,47 ± 1,57 mEq/L no CHEM21L, P < 0,001). Aos 2,5 minutos de transfusão, o grupo CHEM 21 apresentou maiores níveis de K+ (9,57 ± 3,38 mEq/L vs. 5,40 ± 0,88 mEq/L no CHEM 5, e 6,54±2,29 mEq/L no CHEM 21L, P < 0,05). Quatro dos oito animais do grupo CHEM 21 apresentaram arritmias ventriculares com evolução para parada cardíaca (PC) e óbito durante os primeiros 5 minutos da transfusão, diferentemente dos outros grupos onde nenhum animal apresentou arritmia transfusional. Os animais não sobreviventes apresentaram um padrão eletrocardiográfico (ECG) semelhante; taquicardia ventricular polimórfica com alargamento progressivo do QRS evoluindo com ritmo sino ventricular com progressão rápida para fibrilação ventricular e atividade elétrica sem pulso. As alterações ECG dos animais que sofreram PC foram associadas a elevado K+ (12,55 ± 1,57 mEq/L) e baixo cálcio ionizado (iCa) (3,40 ± 0,42 mg/dL) transfusional, comparado aos animais que não tiveram PC do mesmo grupo (K+ : 6,60 ± 0,82 mEq/L; iCa: 4,09 ± 0,26 mg/dL). A diferença arteriovenosa-central de K+ aumentou imediatamente após a transfusão no grupo CHEM 21 (2,2 ± 2,59 mEq/L vs. -0,01 ± 0,50 mEq/L no CHEM 5 e 0,97 ± 0,94 no CHEM 21L, P = 0,001), e teve maior aumento nos animais não sobreviventes (4,53 ± 2,16) comparado aos sobreviventes (0,45 ± 0,87 mEq/L) do mesmo grupo. CONCLUSÕES: o choque hemorrágico, a transfusão rápida de cHem estocadas por 21 dias foi associada à HiperK+, diminuição de cálcio ionizado, arritmias ventriculares complexas, PC e morte. A transfusão de cHem estocado por 5 dias resultou em hipocalcemia. A lavagem pré-transfusional do cHem estocadas por 21 dias preveniu a ocorrência de todas essas alterações |