Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Boito, Sofia Rodrigues |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27156/tde-11092018-101425/
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Resumo: |
Este estudo tem como objetivo rever o modo de produção textual em processos de criação para a cena performativa. Partimos, assim, do seguinte problema: seria possível engajar o corpo na atividade de escrita? A fim de responder a essa pergunta, traçamos uma breve história do corpo e de sua relação com a escrita desde a modernidade, utilizando estudos de teóricos como Georges Vigarello e David Le Breton. O intuito é demonstrar que a visão cartesiana do homem cindido - em que mente e corpo são instâncias separadas - é uma construção histórica e que pode, portanto, ser questionada e combatida. Nossa hipótese é que processos de escrita que envolvam uma experiência corporal farão emergir textualidades que se efetivam em gestos e implicam em gestualidades. Ou seja, textos cuja compreensão não se dá apenas de forma racional, mental, mas que também atingem o leitor, ou o ouvinte, em sua materialidade corporal. Com o objetivo de verificar essa hipótese relacionamos, então, diversas práticas de escrita e as obras delas resultantes - processos e textualidades que analisamos à luz da noção de gesto, tal qual concebida pelo crítico literário Dominique Rabaté. Dentre os artistas estudados, modernos e contemporâneos, estão: Charles Baudelaire, André Breton, Georges Perec, Cao Guimarães e Myriam Lefkowitz. O estudo das obras desses autores acabou por revelar transformações históricas: a transformação da relação do homem com seu corpo, assim como a transformação dos espaços da vida cotidiana desses homens. Assim, as práticas empreendidas pelos artistas estudados servem para mostrar tanto o resultado do \"progresso\" da visão racionalista do mundo, quanto a necessidade da invenção de novas estratégias para superá-la. Por fim, a partir dos estudos de caso, refletimos sobre a possibilidade de transpor tais práticas corporais na criação de textos para obras cênicas performativas. Focamos, então, na última etapa do trabalho, em experimentos feitos pela própria pesquisadora. É importante salientar que os resultados obtidos não pretendem formalizar ou cristalizar um modelo para a dramaturgia performativa, pelo contrário, têm como intuito abrir novos horizontes para que se invente outras formas de provocar, criar e fazer emergir textualidades para a cena. |