Corpo Mnemônico: encruzilhando corporalidades populares brasileiras e histórias de vida num(a) giro(a) performativo(a) decolonial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Costa, Daniel Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27156/tde-23072019-105829/
Resumo: O presente trabalho é um giro performativo que decompõe as histórias de vida de um corpo-sujeito marcado pelo movimento de luta pela terra, as experiências nos campos de manifestações populares brasileiras, em especial Folias de Reis, Congadas e Umbandas e a reverberação desse jogo de saberes em cena. Buscou-se amparo numa investigação autoetnográfica em que se permitiu à experiência, uma pesquisa-experiência-processo, andante, dançante, errante tal qual as metáforas que se instituíram com base no próprio movimento da práxis mnemônica na criação performativa. A partir das memórias de um corpo decolonial, num movimento de revolver-se, enveredamo-nos num contexto de formação artística que perpassa decisivamente uma relação individual e coletiva. O caminho esteve repleto de lembranças e de esquecimentos e se propôs provisório, uma vez que este é um ponto de vista sobre o corpo, momentâneo e transitório. A escrita é uma textura que se envolve, entre voos e raízes, na própria ação de desenhar essas palavras-corpos. Enredamos em caminhos que se entroncaram em encruzilhadas - espaços do acontecimento -, nas quais os diálogos entre perspectivas e pensadores diversos estiveram em destaque. O que se desvela é um Corpo Mnemônico, atravessado por uma paisagem sociocultural e nas geografias de um lugar povoado por um imaginário festivo. Dessas geografias, a terra emergiu como imagem perene, tal qual a festa e o sentido de festividade agarrado nas memórias de festas performativas da cultura popular e da elaboração desses diálogos em obras artísticas, nas suas dimensões corporais, visuais e cênico-coreográficas. Tais produções vieram urdir a rede dessa poesia acadêmica, evidenciado o caráter da criação, enquanto produção de conhecimento, dos processos, enquanto lugares de profusão de saberes e da reverberação de um diálogo poético-ético-político que nos faz voltar os olhos para nosso território, dançar em nossos terreiros amparados pela terra que se impregna na sola de nossos pés. Por fim, alçamos voo numa prática performativa intitulada Guyrá Apó - Ave Raiz que expõe rastros da experiência artística como a própria epistemologia da cena.