A questão migratória na pesquisa educacional brasileira (2000-2020): o caso paulista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Rabbani, Darian Soheil Rahnamaye
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48135/tde-17072023-132855/
Resumo: O presente estudo debruça-se sobre o encontro entre o campo educacional brasileiro e o fenômeno das migrações populacionais, investigando o modo como estas vêm sendo tratadas no âmbito da pesquisa sobre educação, com especial atenção àquelas que focalizaram as imigrações estrangeiras que tiveram o estado de São Paulo como destinação. A escolha de tal recorte se justifica pelo fato de que o estado paulista tem a entrada de estrangeiros como uma marca de sua constituição demográfica e social há mais de um século, a qual persiste nos dias atuais. As discussões iniciam-se com a tematização das transformações sociais, políticas e econômicas ali ocorridas durante a Primeira República (1889-1930), decorrentes, em grande parte, do ingresso massivo de estrangeiros na região, as quais tiveram um forte impacto sobre a configuração da educação institucional paulista, bem como sobre as discussões em torno dela. Na sequência, o estudo envereda pelo conceito de população na obra de Michel Foucault, de modo a oferecer um enquadramento teórico-conceitual para o debate ora proposto. Visando adensar os parâmetros para a análise pretendida, o pensamento de Foucault é novamente mobilizado mais especificamente, no que concerne às suas teorizações sobre a noção de arquivo , a par de sua reverberação nos meios historiográficos. Em seguida, é analisado um conjunto de artigos veiculados em 58 periódicos do campo educacional, no período entre 2000 e 2020, os quais discutiram diferentes interfaces do problema das migrações populacionais. Privilegiaram-se os textos que focalizaram as imigrações destinadas ao estado de São Paulo, dividindo-os entre aqueles que investigaram acontecimentos passados e os que se direcionaram à atualidade. O saldo do percurso investigativo aponta para o reconhecimento de uma tensão no modo como diferentes pesquisadores/as posicionam o papel da educação mediante a presença de imigrantes: se, por um lado, há o consenso quanto ao fato de as práticas educacionais terem o dever de acolher os/as estrangeiros/as no seio da sociedade local, há também, por outro lado, a constante afirmação de que o processo inclusivo pode também redundar em uma força normalizadora sobre tais populações. Assim, o encontro entre imigração e práticas educacionais resulta em uma ocasião privilegiada para se perspectivar tanto o papel da primeira na formação da população paulista, quanto certas inflexões da relação entre educação e sociedade contemporâneas.