Efeito da irrigação com água salina e da lâmina de lixiviação na produção de feijão (Phaseolus vulgaris L.) e na salinização do solo

• Ano de defesa: 1986
• Autor(a) principal: Borella, Jose Eduardo
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: ÁGUA SALINA; FEIJÃO; IRRIGAÇÃO; LIXIVIAÇÃO; PRODUÇÃO
• Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11143/tde-20220207-215338/

No Departamento de Engenharia Rural da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", município de Piracicaba - SP, estudaram-se os efeitos da qualidade da água de irrigação e da lâmina de lixiviação na produção de feijão (Phaseolus vulgaris L.) e na salinização do solo. O experimento foi conduzido sob uma cobertura de plástico transparente em vasos de 50 cm de altura e diâmetro de 20 cm, preenchidos com solo dos primeiros 30 cm de profundidade do perfil natural do Latossolo Vermelho Amarelo-Fase Arenosa Série Sertãozinho, com condutividade elétrica do extrato 1:1 de 185 micromhos/cm à 25C. A um litro de água natural, com 250 micromhos/cm à 25C e denominada de C0, foram adicionados 360, 720 e 1080 mg de mistura de sais, constituindo respectivamente as águas, C1, C2 e C3, com condutividades elétricas de 945, 1670 e 2450 micromhos/cm à 25C. Os sais utilizados foram cloreto de cálcio, sulfato de magnésio e bicarbonato de sódio nas proporções em peso de 5,0:3,0:2,0, respectivamente. Aplicaram-se adicionais de 0, 7, 14 e 21% da evapotranspiração observada nos vasos irrigados com agua C0 como lâmina de lixiviação de manutenção denominados respectivamente de L0, L1, L2 e L3. O delineamento experimental foi totalmente casualizado. Cada tratamento resultou da combinação entre as variáveis qualidade da água (C) e lixiviação (L), perfazendo doze tratamentos mais a testemunha, com quatro repetições, sendo cada uma correspondente a um vaso com três plantas. Foram analisados os seguintes parâmetros relativos a cultura: produção total de grãos, porcentagem de queda da produção, número total de grãos, número total de vagens, peso médio dos grãos, evapotranspiração acumulada, consumo de água por peso de grão e altura de planta no início da floração. Com relação ao solo foi analisada a condutividade elétrica do extrato 1:1 após a colheita. Os resultados mostraram que o aumento da concentração de sais na água provocou um decréscimo significativo, com efeito linear, dos parâmetros: produção total de grãos, números totais de vagens e grãos, peso médio dos grãos, evapotranspiração acumulada e altura de planta no início da floração. A produção de grãos foi de 18,15; 13,01; 9,93 e 5,75 g e a evapotranspiração de 867,85; 829,55; 730,62 e 626,57 mm respectivamente para a testemunha e para os tratamentos irrigados com C1, C2 e C3. Por outro lado ocasionou incremento da porcentagem de queda da produção, com efeito linear, e do consumo de água por peso de grão, com efeito quadrático. A queda da produção foi de 28,5; 45,2 e 68,3% e o consumo de 64,58; 74,48 e 114,94 mm/grama respectivamente para as água C1, C2 e C3. A salinidade do solo cresceu de 185 micromhos/cm à 25C para 595,7; 821,4 e 1.055,9 micromhos/cm à 25C respectivamente para as águas C1, C2, C3. Este efeito foi linear e significativo ao nível de 1% de probabilidade. O aumento da lâmina de lixiviação proporcionou um incremento do número total de grãos e do consumo de água por peso de grão e uma redução do peso médio dos grãos. O consumo observado foi de 75,41; 81,90; 91,86 e 88,71 mm / grama respectivamente para as lâminas de lixiviação L0, L1, L2 e L3. Nos demais parâmetros da cultura a lixiviação não interferiu significativamente nos resultados. Com relação ao solo a condutividade elétrica do extrato 1:1 ficou em 953,1; 824,3; 761,0 e 706,9 micromhos/cm à 25C respectivamente quando aplicadas as lâminas L0, L1, L2 e L3. Este efeito foi linear e significativo ao nível de 1% de probabilidade.