Avaliação de biomarcadores de risco cardiovascular após consumo moderado de vinho tinto e cachaça

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Cellia, Pedro Henrique de Moraes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-19012023-115629/
Resumo: Introdução: É demonstrado, em estudos observacionais, a redução de risco cardiovascular (CV) associado ao consumo diário moderado de álcool (CDMA). Algumas pesquisas têm sugerido que este benefício pode estar não apenas associado ao vinho, mas também a outras bebidas, quando em consumo moderado. Entretanto, ainda não há nenhum ensaio clínico avaliando o possível benefício CV da cachaça, destilado brasileiro, em humanos. Métodos: Trata-se de estudo prospectivo, randomizado, do tipo crossover incluindo indivíduos saudáveis inicialmente designados para um CDMA na forma de cachaça ou vinho tinto por um período de 4 semanas. Após um período de abstinência de uma semana o tipo de bebida foi trocado para mais 4 semanas de intervenção. O CDMA para ambas as bebidas foi determinado como uma dose diária equivalente a 28g de etanol ao dia para homens e 14g para mulheres. Análise de biomarcadores de risco CV foram feitas antes e após cada intervenção para avaliação de proteína C-reativa, perfil lipídico, agregação plaquetária e perfil glicêmico. Resultados: Dos 42 indivíduos inicialmente randomizados 2 se recusaram a continuar no estudo. A mediana de idade foi 44,3 ± 10,3 anos e 19 (47,5%) eram do gênero masculino. A aderência ao protocolo foi considerada ideal, com 100% de uso regular em ambas intervenções e apenas 3 indivíduos em cada um dos perídos do estudo relataram abuso de álcool. Não houve variação significativa nas medidas antropométricas durante o estudo, com exceção para ganho de peso (0,6kg) no grupo vinho tinto (p = 0,005). Concernente aos marcadores laboratoriais houve diferença na agregabilidade plaquetária, sendo 1,2% (IQR -1,1 - 5,3) a mediana do delta para o CDMA de cachaça e -1,6% (-4,5 - 2) a mediana do delta para o CDMA de vinho (p=0,02). Os demais biomarcadores não apresentaram diferença. Conclusão: O consumo moderado de vinho e de cachaça foi relacionado à variação de marcadores laboratoriais de risco CV relacionados a aterosclerose. Houve significante ganho de peso durante o período de consumo de vinho e foi observada diferença na agregabilidade plaquetária durante ambas as intervenções dentro de uma faixa de normalidade