Trajetórias de ocupação e expansão da fronteira agropecuária no PA Rio Juma Apuí/AM

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Soares, Pedro Gandolfo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/91/91131/tde-11022022-160839/
Resumo: A Amazônia representa o principal patrimônio natural do Brasil e abrange mais da metade do território nacional. Após uma década de resultados positivos no controle do desmatamento na Amazônia, as mudanças em marcos regulatórios, o afrouxamento de processos de fiscalização, de comando e controle e a ausência de uma estratégia clara para desenvolvimento da região colocaram todo esse resultado em risco. Algumas razões podem ser apresentadas e discutidas como vetores do desmatamento na Amazônia, dentre elas, a expansão da fronteira agropecuária, problemas fundiários, infraestrutura (rodovias, hidrelétricas), as alterações no Código Florestal brasileiro, assim como os consecutivos cortes orçamentários do Ministério de Meio Ambiente (MMA) e o enfraquecimento de ações de comando e controle de órgãos competentes. Este trabalho buscou avaliar variáveis adicionais e ainda pouco exploradas nos debates sobre as causas e vetores de desmatamento em regiões de fronteira do desmatamento e de expansão agropecuária na Amazônia: as diferentes trajetórias de ocupação do território e a informalidade das relações locais, tendo como estudo de caso o Projeto de Assentamento Rio Juma (PARJ), localizado no município de Apuí/AM, um dos epicentros do desmatamento na Amazônia brasileira. Os resultados obtidos demonstram a crescente rentabilidade financeira da atividade pecuária no PARJ, associada principalmente a rápida valorização do preço da terra na região e ao aumento no valor da arroba do boi gordo. Esses dois elementos deverão gerar os investimentos necessários para financiar o avanço da fronteira agropecuária e a consolidação de pastagens no PARJ e em novas fronteiras de desmatamento, como o município de Novo Aripuana/AM. Novos mecanismos de controle são discutidos, como o cruzamento de dados de movimentações financeiras em agencias bancárias locais com arrecadações municipais e contas públicas. A informalidade da atividade pecuária e a ausência de um modelo de governança de terras favorece o desmatamento e o acúmulo de lotes por novos migrantes mais capitalizados.